Benfiquista, mas pouco
Não liguei grande coisa, mas lá me tornei sócio. Julgo que, por incumprimento no pagamento de quotas, já fui “escovado”. Na verdade, o Benfica entusiasmou-me por causa do meu filho, e foi por ele que eu comecei a gostar de futebol, e é por ele que eu sigo a Liga, como sigo o seu desempenho enquanto federado de ténis-de-mesa (que parece neste momento ameaçado por falta de verba...).
Nunca me passou pela cabeça envolver-me nos assuntos do clube, ou sequer aproximar-me de tal passo. No entanto, nos últimos dias, ao ouvir o nome de José Eduardo Moniz como potencial candidato a uma lista para a Presidência do Clube, despertou em mim pela primeira vez o benfiquismo latente. Pensei: se o José Eduardo avançar, eu quero ajudar aquela lista a ganhar. E quero envolver-me no clube. Acreditei – acredito – que ao futebol fazem falta pessoas como o José Eduardo Moniz: uma formação distinta, uma cultura superior, que não se deixa esmagar pelas luzes da ribalta ou pelos dourados do poder, uma seriedade indiscutível e uma capacidade de gestão que convoca modernidade e eficácia.
Digo isto sem qualquer razão suplementar: trabalhei com o José Eduardo Moniz enquanto de mim precisou, não voltei a trabalhar com ele (já lá vão 10 anos) porque não voltou a precisar. Nunca fez o favor de me ajudar nem eu a ele, que de resto nunca precisou – pelo que, para todos os efeitos, estamos a zeros.
Se me entusiasmei com a ideia Moniz-Benfica foi porque vi nela o que falta ao futebol português: ventos de mudança, mudança feita com gente que olha o desporto, o negócio e a gestão de forma profissional e culta. A cultura e a gestão de mãos dadas são o segredo do sucesso – e essa aliança, que Moniz tem em si, tarda em chegar à bola.
Á noite, quando vi a notícia de que o director-geral da TVI não avançava, enrolei a bandeira, perdi aquele “minuto” de entusiasmo e voltei ao meu “lugar cativo” de sempre. O lugar de quem assiste, sem entusiasmo maior do que o óbvio, ao mais do mesmo que fustiga o Benfica há anos demais. Fica para a próxima.