Um olhar (ainda assim) laico
Pode parecer estranho, mas é o que sinto: a capacidade de mobilização que a visita do Papa a Portugal conseguiu reunir, a convocação mediática e popular, surpreendem-me e comovem-me.
Ainda que não me sinta católico, não deixo de sentir o que mexe com aqueles que me rodeiam. Sendo Bento XVI bem menos próximo dos fiéis e pouco “peregrino”, a sua visita é mais valiosa porque venceu obstáculos, congregou o mundo católico, e parou um país sem contestações maiores do que as que alguns blogues sempre agitam. Por mais petições que a laicidade inspire, o Portugal que passamos a vida a discutir é mais este, que hoje se curva perante o chefe da Igreja Católica, do que o aparente país moderno e cosmopolita que certa esquerda nos pretende vender.
Bem sei que rezar é o que nos resta.
Bem sei que o marketing (é que...) faz milagres.
Mas não restam dúvidas sobre a fidelidade nacional. Não mudou. Não muda. Merece respeito. E contenção. Merece a tolerancia que também nos identifica no Mundo.