Pausa
"Sunset" faz parte das canções da minha vida. Inspira-me quando preciso, convoca-me quando me vou abaixo, acompanha-me em todas as viagens. Ajuda-me nos dias, quando eles custam a passar mas também quando passam rápidos como olhos a piscar. É romântica e doce no começo, mas tem sangue na guelra a meio do caminho, e fecha como os olhos dos bebés se fecham quado adormecem. Parece ter todo o Universo dentro de uma só canção. Enche-me as medidas.
Kate Bush é mais ou menos como David Sylvian: “faz questão” de aparecer na minha vida nos momentos cruciais. Nos dias que decidem tempos. Um disco novo. Tropeçar num vídeo. Um artigo sobre ela, um vídeo no You Tube. Normalmente fica por perto, a rondar, a pairar, como se de uma sombra se tratasse – uma sombra que me protege e abençoa, me refresca e arrefece. Ou será um anjo, se eu acreditasse em anjos?
Tropecei neste video há dois das. E ele não me larga, nem quando o largo.
Durante uns dias, vou deixá-la a tomar conta da casa.