O pé de um GNR
Conta o Correio da Manhã que em Felgueiras, num Centro Comercial, um cidadão, depois de se recusar a apagar o cigarro, e confrontado com a presença da GNR, decidiu insultar a autoridade, persistir no fumo activo, e uma vez detido e enfiado na viatura da Guarda, manter-se estoicamente indignado. Vai daí, mordeu um agente na mão e no pé…
Os fumadores fundamentalistas compreenderão a fúria inaudita do cidadão. Os não fumadores fundamentalistas dirão “ah, pois é, sempre disse que os fumadores são delinquentes em potência”.
Eu, ao ler esta notícia, noto apenas que os factos ocorreram em Felgueiras – essa terra onde a lei esteve sempre abaixo das pessoas (e continua...), e que se candidata a substituir o Entroncamento no domínio dos “fenómenos”.
O “fenómeno”, neste caso, é a misteriosa artimanha que o fumador terá usado para conseguir morder o pé de um agente da GNR. Conseguiu descalçá-lo primeiro? O agente actuava “à civil”, isto é, de pé ao léu? Há um fetiche em Felgueiras que envolve agentes da autoridade e pés desnudos? Ou afinal o infractor mordeu uma bota rija da Guarda Nacional Republicana?
São perguntas que ficam, lamentavelmente, sem resposta. Outras haveria, mas ficamos por aqui.
Ora, ensinaram-me que quando um cão morde um homem, não é notícia. Quando um homem morde um cão, é que é notícia. Neste caso…
Bom, quando um fumador morde o pé de um GNR, para mais em Felgueiras, também me parece que pode ser noticia.