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Pedro Rolo Duarte

31
Out09

Revistas para este sábado

A Monocle é obviamente imprescindível – afirma-se, mês a mês, como a revista de um novo tempo que mistura habilmente cosmopolitismo com a mais fina tradição, politica e sociedade, design e indústria. Descobre, revela, mostra e explica. É um Manual de bem fazer para bem viver.

Este mês, a Monocle traz um daqueles seus suplementos temáticos sempre muito enxutos na edição: desta vez, dedicado às receitas para fazer uma pequena empresa. Vou devorar...

Como a gastronomia nunca fica de fora, comprei a edição Outubro/Dezembro da Jamie, a revista de Jamie Oliver, que além de ter um tipo de papel semelhante à revista do “i” – tema polémico e controverso, este do papel baço e denso... -, tem ideias tão divertidas quanto o poster com 31 receitas para um mês completo ou a descrição das viagens gastronómicas do Jamie-que-nunca-lava-as-mãos... mas é divertida na mesma.

(Salvaguardo que a leitura da Jamie não invalida que se mantenha no top das minhas revistas sobre comida e restauração a norte-americana Saveur...).

Por fim, a Esquire espanhola – neste momento, talvez melhor do que a revista mãe americana e a sua sucedânea britânica. A Esquire aqui da vizinhança é ousada, forte, inovadora. Não tem medo das capas sem “gaijas semi despidas”, convida os melhores para escrever, e é graficamente trabalhada com rigor e criatividade. Por mim, leva a taça.

Se juntar a isto os jornais portugueses do costume, mais uma revista cor-de-rosa e o El Mundo, está feito o sábado.

Brunch, evidentemente.

27
Out09

Novas emoções

O futebol passou ao lado da minha existência até ao ano 2000, mais ou menos. Eu sabia que era do Benfica, mas não sabia muito mais do que isso. Tinha ido ao Estádio da Luz uma vez, com o João Gobern, para ver um jogo irrelevante e perceber a”mística” da coisa. Não percebi nada.

Até que fui pai. Tudo mudou. A minha mãe ofereceu cartão de sócio do Benfica ao meu filho em 1996 - tinha ele um ano - e o meu amigo António Sala telefonou-me em estado de choque porque, mesmo que entrasse para o clube naquele dia, eu iria ter um numero de sócio posterior ao do próprio filho. Aparentemente, um escândalo.

Convocado pelo entusiasmo do António Sala, inscrevi-me. Mas como nunca paguei quotas além das iniciais, já deixei de ser sócio.

O passar dos anos, e o entusiasmo do meu filho, aproximaram-me da modalidade. O Euro 2004 ajudou – e Scolari foi marcante. Comecei a perceber melhor as regras. Depois ganhei o gosto pelo jogo via-televisão. E finalmente rendi-me à magia do estádio.

Nunca serei o adepto furioso e de cachecol. Não deixarei de cumprir a minha agenda normal por causa de um jogo de futebol. Mas confesso que, aqui chegado, gosto finalmente de futebol e vibro com um jogo do meu clube, ou da minha selecção.

Devo isso, em primeiro lugar, ao António Maria (que foi aliás um excelente guarda-redes das escolas do clube, como a foto documenta...). Depois, ao Benfica, a Scolari e à “sua” Selecção de 2004, e por fim a Figo e a Cristiano Ronaldo, cujas jogadas exemplares mexeram com o ignorante que eu era.

Por isso, é sempre especial e emocionante entrar, como ontem sucedeu, no Estádio da Luz, ver aquelas 40 mil almas juntas – e, cereja em cima do bolo, assistir a uma goleada que só não foi maior por manifesta incompetência do árbitro.

Às dez da noite deixei o António Maria em casa da mãe e fui comer um bife à Trindade. Não imaginam a felicidade com que, sozinho, pensei nesta emoção nova que há 10 anos não sabia sequer como podia existir. Hoje existe, e eu sinto-a. Este ano, até ver, com especial sabor...

24
Out09

Palavras que mudam

(Crónica de hoje na revista do i, “Nós, Resistentes”)

 

Todas as palavras têm um sentido próprio conforme o tempo em que são usadas. Não é igual dizer “romantismo” se falamos do século XVIII ou do ano 2009 – o adjectivo romântico para Chopin está a anos-luz do “cantor-romântico” que há num qualquer Marco Paulo.

Sendo a língua portuguesa, como bem sabemos, muitíssimo traiçoeira, a discussão interminável – e aqui entre nós, vagamente absurda – sobre o sentido de determinadas palavras não pode obedecer à regra simples do significado. Nessa medida, a palavra resistência tem muito que se lhe diga. Tem tudo. Quem cresceu a rir à gargalhada com a série “Allo Allo” tem em René, modesto proprietário de um café na França ocupada pelos alemães, durante a Segunda Guerra Mundial, uma ideia diferente do “resistente” que terão os comunistas que, em Portugal, nos anos da ditadura, lutaram contra o regime em circunstâncias difíceis, sofrendo com o exílio, a deportação ou a clandestinidade, uma vida praticamente por viver. Quem, como eu, resiste estoicamente ao vício do tabaco, há já mais de (ridículos...) três anos, não sente o verbo resistir como aquele que se desintoxicou da heroína há vinte anos. São pesares diferentes do mesmo pesar – são registos diversos das mesmas (tristes) formas de vida. Em todos os casos, no entanto, é algo comum: a ideia de não ceder. Resistir é ser capaz de não ceder – e num tempo em que tudo se negoceia e o diálogo é palavra de ordem, resistir pode ser, a um tempo, um sinal de atraso ou uma luz que ficou felizmente acesa do século passado.

Se há tempo em que resistir foi palavra de ordem, o século XX parece poder constituir manual de instruções, do princípio ao fim. Ou melhor dito: do princípio ao meio. Quando o século terminou, ainda não sabíamos que havia mais resistências a testar para lá das que abalaram os cem anos passados. Talvez por isso, o fim desse princípio que vem de 1900 esteja agora nas mãos de todos nós. Fechar o ciclo das resistências para poder abrir o ciclo das novas aberturas.

Da tolerância mil. Não é preciso ser fundamentalista do optimismo – basta não ser absolutamente resistente à mudança. Não é preciso abraçar vegetais e dar as mãos – basta não ser intransigente sobre o optimismo. Não é preciso viajar na maionese da tolice – basta admitir que a resistência, por si só, não é nada. Ou é apenas energia – mas não tem fundamento próprio, não é ideologia nem fé, não é corrente de opinião nem teoria provada.

A resistência é o que faz sentido quando nos impõem um modo de vida, uma escola, um modo de estar. A resistência é tudo quando nada se tem. A resistência é o valor superior de quem não tem liberdade.

No nosso mundo, a resistência é apenas um direito. Quando sentimos que é dever, o nosso mundo está errado. Temos então de contribuir para o mudar. Porque a necessidade de resistir, em si, é um sinal vermelho do regime que escolhemos.

Lá está: em cada tempo, um significado diverso para as mesmas palavras.

22
Out09

O lamentável mundo moderno

Leio no blog de Pedro Santana Lopes, 18 de Outubro:
 
Será possível?

Mais um facto inconcebível e que só se aceita ser verdadeiro porque testemunhado por várias pessoas e depois publicado sem desmentido: o Director de Informação da RTP terá ido cear,  juntamente com António Costa e a sua equipa, quando foram celebrar a vitória em Lisboa!...

Exactamente, leram bem. O Director da Informação do canal televisivo cujas sondagens deram 12 pontos, três dias antes, e dez pontos, quando encerraram as urnas...
Quero sublinhar que sempre considerei José Alberto Carvalho uma pessoa educada e simpática. Mas esta situação não tem a ver com nada disso. É demasiado grave.
Será que também não tem consequências? Tudo isto é admissível

 
Quatro dias depois, no mesmo blog:
 
Rectificação

O José Alberto Carvalho teve ocasião de me esclarecer que não foi festejar nada com António Costa na noite das eleições Autárquicas. Estiveram no mesmo sítio, mas por acaso. A hora era tardia e era o único sítio aberto.
Critiquei, com base em testemunhos de pessoas que o viram lá e, também, depois de uma notícia de um diário, com a mesma história. Mas fico muito contente por não ser essa a verdade, mas sim, a de um encontro casual.
Tal como escrevi, no mesmo texto, sempre tive consideração e simpatia pelo actual Director de Informação da RTP. E fico contente por ele não fazer parte das pessoas que esquecem os seus deveres deontológicos.

 

É neste mundo que vivemos: durante quatro dias, todos os que leram o primeiro post ficaram com uma determinada ideia sobre José Alberto de Carvalho e a promiscuidade entre jornalismo e política. A correcção, obviamente bem-vinda, já não apaga essa primeira impressão. E o que fica é a ideia de impunidade que começa nos jornais, alastra pela net (porque os bloggers, dado não serem jornalistas, não têm o dever de confirmar a informação que recebem nem sequer de sobre ela se interrogarem…), fica escrita em blogues que poderão ser lidos no futuro como se neles estivesse inscrita a realidade.

Não está. Todos sofremos com isto. Mas só verdadeiramente reagimos quando nos bate à porta.

20
Out09

O regresso de Cavaco Silva

Entre as qualidades que distinguiam, até há pouco tempo, Cavaco Silva, estava a sua absoluta previsibilidade. Não havia na política alguém mais aborrecido. Parecia um filme português de um plano só. Os jornalistas, com ele, adivinhavam vetos, atitudes, e até podiam comentar discursos que ainda não tinha proferido. Nesse tempo, se dependesse do Presidente, os jornais fechavam cedo.

Com a história das escutas e as sucessivas declarações e esclarecimento, silêncios ensurdecedores e ruídos imperceptíveis, Cavaco Silva acordou Portugal. E surpreendeu-nos. A mim, confesso, assustou mais do que surpreendeu. Por momentos, pensei que o Chefe de Estado tinha perdido essa qualidade presidencial e estava a ficar parecido com os outros meninos.

Mas não. Hoje, tudo voltou à normalidade: o Presidente da República recusou o convite para ser convidado no último “Gato Fedorento Esmiúça os Sufrágios”, que vai para o ar na próxima sexta-feira. Voltou ao registo de sempre.

Previsível, aborrecido, e igual a si próprio. Estou mais descansado.

 

17
Out09

Nos 100 anos do meu Liceu

Ontem, passei a tarde a olhar os pátios do meu Liceu.

O Outono, quando começavam as aulas, era exactamente assim: o Sol aquecia o pátio, tornava-o acolhedor, e as folhas a desmaiar das árvores construíam um cenário quente, algures entre o laranja e o castanho, sublinhado pelos nossos passos, que faziam estalar as folhas secas.

Eram os primeiros dias de aulas – e os últimos em que podíamos sentar-nos no meio do pátio, no alcatrão morno, sem que fosse demasiado quente ou demasiado frio.

Eram também os dias em que reconhecíamos que o tempo tinha passado – nas borbulhas na cara ou nas feições infantis que ganhavam corpo adolescente, na forma como nos falávamos uns aos outros ou no fim de uma falsa intimidade.

Acho que senti pela primeira vez que estava no “meu Liceu” quando cheguei ao décimo ano – porque passei para o pátio dos mais velhos, o pátio onde tinha levado pancada aos 13 anos, o pátio onde fui candidato associativo aos 14. Mas onde só aos 15 tive direito a pertencer à elite dos que dominam os cantos à casa. E esse momento faz toda a diferença. Fez.

Ontem, no meio do burburinho e da confusão da celebração dos 100 anos “do Camões”, vagueei pelo pátio do 8º e 9ª ano (no meu tempo, claro, hoje nem sei...), não fui ao 7º que estava fechado, reconheci os laboratórios, a sala de Geografia, a “Comissão de Gestão” – onde resiste a placa “Reitoria” -, o ginásio (que me pareceu agora bem mais pequeno), e os domínios do Sr. Gonçalves, que já era do tempo da minha irmã.

Não vi colegas dos meus anos, mas reconheci alguns professores.

Anotei os nomes daqueles que me fizeram gente: Adélia Silva Melo, Teresa Torrado, Lígia Trindade, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira. Escapam-me os nomes de uma professora de Sociologia e de um professor de Antropologia.

Por ali andei, entre emoções. Mas onde me senti mesmo bem, mesmo bem, foi no banco cinzento do alpendre, entre as portas do ginásio do lado do pátio dos mais velho, no mesmo lugar onde eu, a Biza, o Gonçalo, a João, o Zé Pedro, a Vera, enfim, onde o nosso grupo discutia a vida como se fossemos os primeiros a vivê-la.

E éramos. Os primeiros da nossa vida. Só não sabíamos a diferença.

Agora já sabemos.

Sentei-me de novo no banco cinzento, passei os olhos pelo livro magnífico que assinala o centenário, e pensei assim: viver é sentir aquilo que eu sinto neste preciso momento.

Foi um bom dia, o de ontem.

15
Out09

Ainda Maitê, mas outro video. Bem melhor.

... E com este vídeo (pacificador..), entram novas regras aqui na casa: dou razão aos leitores que me fizeram ver que esta casa é minha e deixar entrar nela apenas quem eu quero é um direito, é talvez o mínimo. Por isso, a partir de hoje, moderação "tolerância zero". E muito, muito obrigado pelos apoios esperados e inesperados.

Já passou, portanto...

 

14
Out09

Maitê, blogues e a minha caixa de comentários

O “caso Maitê Proença” nunca teria existido se quem o lançou na rede tivesse espírito de jornalista – é que basta ver o programa “Saia Justa” para perceber que aquele vídeo é um entre muitos, do mesmo género, habituais na emissão. É apenas um bocado de mau humor. Mas ainda assim humor. Ou seja, era preciso contextualizar. E depois, era preciso perceber que o vídeo foi feito e exibido... há dois anos. O You tube e os blogues têm este pequeno problema: não sentem necessidade nem têm de enquadrar as imagens e os vídeos. E daí resultam grandes disparates – como uma indignação geral... com dois anos de atraso”. Ou a pura ignorância sobre o que é o “Saia Justa”.

E a propósito faço aqui um paralelo:

É um pouco como a colecção de disparates que está na caixa de comentários do post anterior: o leitor chega aqui, vê quatro linhas de apoio a António Costa, e vá de insultar: que eu só apoio porque já ganhou, que devo ter uma avença na Câmara, que isto, que aquilo. “Sabujice post-eleitoral, com tudo o que isso significa: interesseira, sem riscos, uma porcaria, enfim”.

Ora, se não fosse tanto o azedume, a má-fé e a ignorância, antes de comentar dava uma volta pelo blog, googlava umas coisas, e percebia que o meu apoio a António Costa vem da candidatura anterior, que em ambas pertenci à Comissão de Honra, facto que está no site da candidatura, e que o escrevi publicamente.

A net é assim mesmo, este caos de liberdade onde vale tudo, o melhor e o pior. Confesso, no entanto, que ao fim de quase dois anos de blog, e de insultos sobre insultos, criticas gratuitas sobre criticas gratuitas, e carradas de maldade travestida de opinião, sinto-me tentado a fechar de vez a caixa de comentários. É um pouco masoquista esta coisa de deixar um quarto da minha casa aberto ao mundo, e permitir que venham cá, como a Maitê, cuspir-me em cima, como se tivessem pago bilhete, como se o blog fosse do Estado, como se eu estivesse ao balcão. Um saco de boxe ao dispor. Sem respeito. Sem educação. Às vezes sem sentido sequer.

É certo que, em paralelo, já houve aqui polémicas saudáveis, criticas inteligentes, elogios e arrasos absolutamente respeitáveis. É certo também que agora a caixa está moderada (mas, por principio, a moderação só se aplica ao palavrão ou à rasquice mais básica). Ainda assim, há dias em que perco a paciência e só me apetece dizer às Paulas e aos Saraivas desta vida: gostam assim tanto de mim que não me largam? Não querem ir brincar com os outros meninos? Uma voltinha ao bilhar grande, não?  

Há dias assim. Já passa.

10
Out09

Nós, Bravos

(Hoje na revista do i é isto, e foi o que me deu para escrever...)
Aos cinco anos, quando aprendi a ler, fiz uma revista chamada “Pirilampo” e declarei que, quando fosse crescido, seria jornalista. Foi assim, lamentavelmente previsível, o meu começo de vida – mas nem por isso deixei de ser uma criança normal. Legos. Pastilhas “Pirata”. Pistas de carros da Scaletrix.

No entanto, todos os Verões, sempre passados na “casa dos cestos” do Penedo (no tempo em que o Penedo não sonhava que um dia iria ser moda…), estremecia essa minha convicção sobre o jornalismo. Ocorria geralmente entre Julho e Agosto, e a dúvida tinha associada dois sons: a sirene dos Bombeiros Voluntários de Colares e o eco dos passos do Chico correndo ladeira abaixo a meio da noite. Eu acordava com o som da sirene, 3 vezes, ouvia os passos apressados do nosso vizinho, e sabia o resto: era fogo.

Fogo na Serra de Sintra era obra para gente brava – não apenas bombeiros, como o Chico, mas todos os que se sentiam capazes de enfrentar o inimigo comum. Com ramos de árvores, à pá, com baldes de água, como fosse. Aprendi nesse tempo que nem sempre o caos é inimigo da perfeição – porque, na verdade, na eminência do desastre, tudo o que se faça para o evitar pode mesmo ajudar a evitar…

Escrito isto nos dias que correm receio que o mais mediano serviço de Protecção Civil me mande prender por incitar à anarquia e conseguir observar o mundo do ponto de vista do caos – mas eu vi muito fogo na Serra de Sintra extinguir-se por efeito da confusão generalizada, e muito poucos pela cientificidade do estudo do vento e do grau de humidade.

Pior (ou melhor): o Chico e outros Chicos que corriam ladeira abaixo e acima para enfrentar o fogo na Serra, eram os mesmos que dedicavam, em cada ano, um dia das suas vidas correndo à frente de um touro. Levavam marradas e riam. Iam parar ao hospital e riam. Ficavam meios apanhados da cabeça, e por isso riam. A “Festa do Boi” – em rigor, “Festa em Honra do Divino Espírito Santo” – tinha o dia fatal da sua “fama” quando um pesado mastodonte era “lidado” à corda pelas ruas do Penedo e acabava cozinhado num caldeirão que servia os pobres da região em modo “jardineira”. Eu não gostava de ver o sangue do boi correr pelas bermas das ruas do Penedo, nem gostava da ideia do animal ser bombo da festa – mas quem corria à frente dele, quem lhe gritava “olá” e fazia rajadas de palavrões (sempre um ponto a favor, para nós, os putos…), eram justamente os mesmos que, nas horas difíceis, lá estavam à frente do fogo. E não me custou a perceber que tudo fazia parte de um mesmo pacote.

Há anos que a festa não se faz - nem a correspondente polémica sobre a sua legalidade -, mas o que fica na memória são aquelas caras alucinadas, loucas, fortes, que eram exactamente as mesmas que encaravam o fogo de frente, ou que se lançavam na estrada nas insuportáveis XF-17 para as bebedeiras descomunais nos bailes de Verão.

Bravos ou loucos?

Ainda hoje não sei. Mas sei que quando a palavra “Bravo” me aparece à frente, é deles que me lembro: do Chico, do Sacristão, do Totobola, dos Gémeos, do V5, e de mais uns tantos cujas alcunhas agora me escapam. Os bravos lá do Penedo, quando o Penedo era pouco mais do que uma aldeia de bravos com um coreto no meio.

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Blog da semana

Gisela João O doce blog da fadista Gisela João. Além do grafismo simples e claro, bem mais do que apenas uma página promocional sobre a artista. Um pouco mais de futuro neste universo.

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