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Pedro Rolo Duarte

28
Fev11

Do país onde devia haver um Grupo de Trabalho para haver sempre noticias que nos façam rir. Ou não.

Conta o Público de hoje, nesta noticia, que “o actual Governo de José Sócrates já criou 42 grupos de trabalho, 20 comissões, dois conselhos, dois grupos consultivos, uma coordenação nacional, um observatório e uma estrutura de missão desde que tomou posse no final de 2009. A pesquisa efectuada pelo PÚBLICO nos despachos publicados em Diário da República permitiu concluir que há grupos de trabalho que se sobrepõem a comissões, e comissões que se justapõem a outras e à actividade que deveria ser realizada por organismos e entidades já existentes na Administração Pública”.

Eu gostava de pertencer a um Grupo de Trabalho. Dos remunerados, claro, com senhas de presença ou coisa que o valha. Da lista de grupos e comissões existentes – eu escrevi existentes, que existem, não é humor... - que o jornal apresenta, já escolhi o meu top 5. Ei-lo:

 

1º Grupo de trabalho para apresentar um Plano Nacional de Promoção da Bicicleta e outros modos de transporte suave

 

2º Grupo de trabalho para transpor a directiva comunitária relativa à identificação e designação das infra-estruturas críticas europeias e à avaliação da necessidade de melhorar a sua protecção

 

3º Grupo de trabalho para reflectir sobre a certificação florestal

 

4º Grupo de trabalho para elaborar um relatório para definir claramente o conceito do "voto em mobilidade""

5º Grupo de trabalho para a coordenação técnica de implementação do novo regime de inventário das necessidades de aplicações informáticas na Justiça

28
Fev11

Mar à vista

É ainda impossível entrar na água. É ainda imprescindível um casaco. É ainda improvável o calção de banho.

Mas poder voltar a ter este ar nos pulmões, esta pureza, este sabor salgado no ar, e haver Sol, compensa a escuridão do Inverno.

 

27
Fev11

As palavras (poema de Eugénio de Andrade para este domingo)

São como um cristal,

as palavras.

Algumas, um punhal,

um incêndio.

Outras,

orvalho apenas.

 

Secretas vêm, cheias de memória.

Inseguras navegam:

barcos ou beijos, as águas estremecem.

 

Desamparadas, inocentes,

leves.

Tecidas são de luz

e são a noite.

E mesmo pálidas

verdes paraísos lembram ainda.

 

Quem as escuta? Quem

as recolhe, assim,

cruéis, desfeitas,

nas suas conchas puras?

25
Fev11

Erguer a taça

 

 

Estávamos a gravar o Hotel Babilónia deste sábado, o convidado era o António Manuel Ribeiro, eterno líder dos UHF, eterno lírico do rock nacional. Tenho com ele uma memória muito forte de um tempo em que, jornalista do semanário “Sete”, acompanhava o dia-a-dia dos UHF e o António me abriu as portas para o backstage da banda. Os UHF eram, naquela primeira metade dos anos 80, o super-grupo do rock nacional e tinham verdadeiras hordas de fãs que os seguiam para todo o lado. Protagonizaram a primeira transferência de editora com valores finaceiros que se vissem. Vendiam discos como pipocas em cinema. Eu estava lá e vi.

Depois veio o projecto “O Independente” e afastei-me do jornalismo musical – por isso, naturalmente, afastei-me também do convívio com muitos músicos, nomeadamente o António Manuel Ribeiro. Ele sabia que a musica dos UHF não era exactamente a minha praia, ainda que gostasse de algumas canções e tivesse uma enorme admiração pela dedicação, empenho e paixão do António. Ficou a memória e uma intimidade que se prolonga até aos dias de hoje.

Quando entrou no estúdio, o António abriu um saco e começou a tirar discos e livros que nos queria oferecer. Entre eles estava a edição em CD de “Noites Negras de Azul”, um disco de 1988, auto-produzido e depois editado pela Edisom, editora de que o meu irmão António Manuel foi sócio-fundador. De raspão, o António disse-me que esta reedição de 2008 tinha uma homenagem ao meu irmão, mas confesso que na confusão da pressa para gravar nem percebi bem o que ele queria dizer.

Mais tarde, em casa, abri o CD e no folheto interior li:

“Quero recordar aqui o António Manuel Rolo Duarte (A&R da Edisom), que em 1988 acreditou em mim, depois de ouvir «Na Tua Cama». Com ele partilhei momentos de grande profissionalismo: tinha um imenso sentido de humor, foi um criativo único no país da música. No dia em que entrámos para o Top de vendas, fomos até Almada celebrar e comer caracóis. À sua memória ergo a taça”.

Comovi-me, claro.

Muitos músicos e compositores portugueses, do rock à música popular, poderiam dizer exactamente o mesmo do meu irmão António Manuel. Talvez alguns deles tivessem até essa divida de gratidão. Mas foi o António Manuel Ribeiro que lhe fez justiça.

Ergo a taça, inesperadamente, a mão tremida. Nesta “noite negra de azul”.

22
Fev11

Anúncio

 

 

O Hotel Babilónia, programa de rádio que eu e o João Gobern assinamos semanalmente no rádio, vai fazer dois anos e quer ouvir os seus ouvintes.

Tem uma boa história para nos contar?

Tem uma ideia para Portugal?

Tem algo que entenda que vale a pena partilhar connosco e com os ouvintes da Antena 1?

Damos-lhe cinco minutos de antena.

Mande-nos um mail explicando o melhor possível o que gostava de dizer. Os seis ouvintes mais originais, acutilantes, assertivos ou, pura e simplesmente, interessantes, vêm à nossa emissão de aniversário. São os nossos convidados de honra...

(gravada na sexta-feira, 4 de Março, às 11:00, nos estúdios da Antena 1 em Lisboa)

Estamos à escuta: hotel.babilonia@rtp.pt

 

(Não são válidos mails enviados aqui para o blog ou comentários...)

 

Ah, é verdade: crédito à fotografia, de António Macedo!

21
Fev11

Esta segunda-feira não está a começar bem...

Leio a noticia: “O ex-ministro socialista Armando Vara passou à frente dos utentes que aguardavam a sua vez e exigiu a uma médica que lhe passasse um atestado médico, alegando estar com pressa e ter um avião para apanhar”. Ler aqui.

 

Continuo com este post onde se conta como Rui Rio rejeitou a proposta de nome da rua para José Saramago: “Chegou-me ao conhecimento uma carta do Presidente da Câmara do Porto, dirigida ao Presidente do PEN Clube Português, sobre a rejeição da proposta de atribuição do nome de uma rua da cidade a José Saramago. A carta diminui Rui Rio: é mesquinha e está mal redigida. Para se confrontar com um Nobel da Literatura, qualquer um que fosse e ainda que morto, Rio deve ter um pouco mais de cuidado com o estilo, evitando as redacções de amanuense, e encontrar outra fundamentação que não seja a de rejeitar nomes de cidadãos que não nascidos do Porto e que tenham tido uma relação difícil com a liberdade, como sucedeu, de facto, com Saramago”. Ler aqui.

 

Parece também que o patrão da Jerónimo Martins disse que José Sócrates gosta de 'truques'. Conta o Correio da Manhã que , ao explicar aos jornalistas o aumento de 40 % dos lucros do grupo, Soares dos Santos disse não haver segredos e lançou mais um ataque directo ao primeiro-ministro: "Os truques são para o Sócrates. Ele é dos políticos que gostam de truques. O nosso sucesso assenta em trabalho". O primeiro-ministro respondeu: "Só prova que não basta ser rico para ser bem-educado". Há pior?

 

Acho que vou desligar o computador e desaparecer até saber o resultado do Sporting-Benfica.

20
Fev11

Uma espécie de domingo perfeito

Ao acordar (qq que seja a hora...).

Pequeno-almoço constituído pelo chá cujo blend eu próprio faço (e que um destes dias revelo aqui), acompanhado de scones (massa feita na Bimby, de véspera, forno na hora, cinco minutos), croissants aquecidos da Rosa Doce, e café Nespresso da minha máquina, que por estar envelhecida já aquece a água quase ao ponto ideal. Manteiga, queijo, fiambre, o costume.

 

Mais tarde, depois do banho e demais afazeres dispensáveis na descrição.

Comprar jornais e revistas, beber um café na rua, de preferência na esplanada da Mexicana.

Já saiu a Monocle deste mês e a Vanity Fair “Hollywood Issue”, é dia de Magazine do El Mundo, os jornais portugueses quase todos, a Lux Woman (eu sei que sou suspeito porque escrevo lá, mas paciência, gosto mesmo da revista).

 

Já quase muito tarde: Cozido à Portuguesa.

Devia haver uma lei, para dependentes como eu, que obrigasse o Painel de Alcântara a estar sempre aberto com Cozido a qualquer hora do dia ou da noite. Sinto-me com frequência “grávido”, com desejos, e este é recorrente. Nunca o consegui satisfazer convenientemente.

Em linha, o cozido suave da Bica do Sapato não é mau (ao domingo é brunch, não há cozido), o buffet de cozido do Xico’s costumava ser bom, e gosto do eterno Cozido no Pão do Conventual, mas é à quinta-feira.

Faltando o Cozido, a lista ligeira e original do Spot Lx (antigo Café do Teatro S. Luiz) também se recomenda...

Num dia mais louco, esquecer a crise e comer a sanduíche club do bar do Hotel Ritz ou o prego em bolo do caco... Acompanhada de Imperial, jornais e conversa, é do melhor que há.

Ou então ostras na Brasserie Flô do Tivoli.

 

À tarde.

Passeio no Chiado, FNAC incluída, lanche no Café Royale (a tosta de salmão fumado é excelente). Informação útil: a Muji está fechada ao domingo.

 

Final de dia.

Cinema. Filme a decidir na hora. O “Cisne Negro” convenceu-me.

 

À noite

Jantar em casa, com imaginação e leveza:

Queijo de cabra seco com doce de tomate

Ovos mexidos com tomate e manjericão fresco

Tosta de Breasola com queijo, alface, tomate, ovas de arenque e maionese

Ovos de codorniz estrelados em tosta amanteigada com presunto

Pão torrado com queijo creme (escolha individual), pimenta, ovas de salmão, cebolinho e poejo.

Ou uma canja.

Ou a clássica açorda alentejana com um ovo escalfado dentro.

... E por aí fora, na base da tapa...

 

Para terminar o dia, recomendo a segunda série em DVD de “Mad Men”, que o Publico vendeu recentemente, ou qualquer coisa do mesmo tipo.

E depois é só dormir e acordar na segunda-feira.

Está resolvido o domingo.

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Blog da semana

Gisela João O doce blog da fadista Gisela João. Além do grafismo simples e claro, bem mais do que apenas uma página promocional sobre a artista. Um pouco mais de futuro neste universo.

Uma boa frase

Opinião Público"Aquilo de que a democracia mais precisa são coisas que cada vez mais escasseiam: tempo, espaço, solidão produtiva, estudo, saber, silêncio, esforço, noção da privacidade e coragem." Pacheco Pereira

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