Onde chegou a politica. E ficou.
Estas duas fotografias, assinadas pela agência Reuteurs, e que digitalizei directamente das páginas do El Mundo de sábado passado, inspirariam uma longa reflexão sobre politica, marketing eleitoral, e a relação entre os eleitos e os eleitores.
Dois trabalhadores retocam a colagem dos cartazes eleitorais dos dois principais candidatos a governar a vizinhança espanhola. Como se fossem duas personagens de um filme ou de uma normalíssima campanha publicitária. Não são?
Na verdade, para o comum eleitor, o eleito não existe – é uma espécie de imagem a duas dimensões que nos habituamos a ver filtrada pelos espelhos dos televisores e as páginas dos jornais. Como se fosse mera representação de si próprio e das ideias que defende.
Um pouco como sucede quando vamos à Disneylândia e nos cruzamos com os heróis da nossa infância, e abraçamo-los e pedimos autógrafos sabendo que são pessoas comuns dentro dos fatos dos “desenhos animados”, também em campanha eleitoral estas figuras que “habitam” as paredes e os telejornais ganham vida própria e andam por aí, apertando mãos estranhas e beijando feirantes.
Mas nem por isso deixam de ser personagens de um filme. Não existem para lá destas duas dimensões que um cartaz encerra. E que pessoas de carne e osso colam nas paredes, sem empenho nem paixão. Um trabalho como os outros. Ontem era o Cristiano Ronaldo a vender um banco. Amanhã é lingerie vermelha para assinalar o Natal. A política chegou aqui, e por aqui ficou.