Quatro anos, quatro notas (e mais qualquer coisita...)
Um - O blog faz parte da minha vida como se fosse mais um dos meus deveres. Tem uma característica absolutamente incomum: é o meu único dever simultaneamente dever e prazer, simultaneamente profissional e pessoal. Como uma namorada que se tem obrigatoriamente no trabalho – ou um trabalho que se tem namorando ao mesmo tempo. Uma experiência nova – e boa, posso garantir.
Dois - Por causa do blog conheci pessoas muito importantes (para mim, claro). Elas sabem quem são e eu também.
Três - Enquanto o blog for esta livre dependência assumida e clara, que partilho com todos e onde entra quem vem por bem, não perco tempo a pensar no que seria a vida se não tivesse onde publicar. Tenho a certeza de que seria triste.
Quatro - Uma verdade que aprendi nestes quatro anos: o poder não está no facto de se ter um blog. Está no facto de um blog depender só de quem o faz e ser, por isso, uma expressão proactiva da existência. Eu dou valor a quem se chega à frente. Não podia deixar de o fazer também. (um bocadinho de vaidade no dia de anos é desculpável, não?)
É isto: tenho um blog que faz hoje quatro anos – e cadernos cheios de ideias que vão aterrando neste lugar. Algumas ficavam bem na nossa imprensa. Mas também não ficam mal nos meus cadernos. Outras só fazem sentido aqui. O blog é mesmo a minha sala – mas nem tudo fica na sala a ocupar espaço e a encher-me a vista. Como o jornalismo me ensinou, faço escolhas todos os dias. Entre o que penso e escrevo, entre o que escrevo e publico.
Como o jornalismo me mostrou, é melhor ter quem leia e não goste do que não ter ninguém. Vou tendo um bocadinho de tudo.
Tenho uma certeza: sendo a felicidade, como já alguém escreveu, uma “estação por onde se passa”, a verdade é que da felicidade que encontro nas estações por onde passo faz quase sempre parte este blog. Hoje, melhor dito do que noutros dias: o meu blog.