O nome dela é Marta Hugon
História trivial: conheci a Marta Hugon no casamento do Elvis Veiguinha com a Patrícia – ou seja, tive um momento feliz num feliz e muito terno acontecimento. Fiquei fascinado pelo sorriso da Marta, pela sua sinceridade, franqueza, sei lá... Na verdade, fiquei envergonhado por não saber quem era a Marta Hugon nem ter ouvido o primeiro disco dela, “Tender Trap”, e dei comigo, alguns dias depois, na FNAC, a revolver a secção de jazz. Encontrei o CD e apaixonei-me pela voz da Marta, pela sua sensibilidade, gosto, escolha de reportório. Se eu cantasse, gostava de cantar aqueles temas – e se escolhesse um caminho musical, seria aquele, próximo do jazz mas piscando o olho a outras músicas, outros sons. Não é por acaso que o Elvis anda por perto, pois claro.
No sábado passado fui ao S. Luiz conhecer o novo disco da Marta, “Story Teller”. O Elvis avisou-me que era um degrau mais, ou talvez dois, era um passo em frente, à frente.
Eu nunca tinha visto a Marta ao vivo.
E derreti-me a ouvir a Marta, com o Filipe Melo, o Bernardo Moreira e o André Sousa Machado.
“Still Crazy After All this Years”? Ah, pois.
“Crash Into Me”? Completamente.
“Suburbano Coração”? Pois é verdade, caro Chico.
Sim. Isso e “River Man”, “Never Let me Go”, “Good Morning Heartache”, “The Trouble With Me Is You”...
A Marta Hugon canta cada vez melhor, mais delicadamente, ainda que firme, mais docemente, sem lamechices. A Marta Hugon tem um sorriso franco e aberto de quem não esconde cartas na manga. A Marta Hugon tem mais talento do que notoriedade – e isso também é infelizmente costume. Espero que mude.
O disco já saiu. Eu comprei-o no mesmíssimo sábado, mal saí do S. Luiz. Anda aqui comigo no I-pod.