O terramoto em falta
Mas entretanto comprei o Público e li a crónica de Vasco Pulido Valente, com o certeiro titulo “Um Adeus Português”. A vida ensinou-me: se alguém diz melhor do que tu aquilo que querias dizer, cala-te! Reproduz o texto daquele que escreveu bem o que irias escrever de forma sofrível. Cá está:
“Falar de O Independente sem falar na liberdade que Miguel Esteves Cardoso trouxe ao jornalismo português não faz sentido. O Terceiro Caderno raspou a solenidade e a pompa de uma geração que, da esquerda ou da direita, herdara as tradições do "respeitinho" indígena. Depois do Terceiro Caderno não se escreveu mais como se escrevia antes. Claro que a iconoclastia empurra sempre para o excesso e que, de quando em quando, se pisou de facto o risco do bom senso e da simples decência. Resta que ler ou escrever no Indy foi um privilégio. Portugal precisava hoje de um terramoto igual”.
Obrigado, Vasco. Portugal precisa de um terramoto igual. Juntem-se as pessoas certas, como se juntaram naquele tempo o Miguel, o Paulo. E todos nós.