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Nov07
Tratar da saúde
Há uns meses que a B. se queixava de umas sensações estranhas nas mãos. Entre amigos e família, parecia claro que não seria nada de grave – mas na verdade, perto dos 80 anos de vida, por maior e melhor saúde que se aparente, há sempre achaques e problemas e “coisas que não estão bem”.
Depois da sequência normal de medicamentos, análises e exames, o médico de família da B. achou que o ecodopler deveria ser analisado por um especialista cardiovascular. Passou a credencial para marcar a consulta no Hospital de Santa Maria. Em Julho, a B. tratou do assunto: marcaram-lhe para o dia 23 de Novembro, ou seja, para dali a quatro meses. Seria amanhã.
Ontem, a B. recebeu uma carta do Hospital de Santa Maria a lamentar a impossibilidade de confirmar a consulta de amanhã e a remarcar para o dia 19 de Maio de 2008. Ou seja, daqui a (mais) meio ano.
A B. está reformada, descontou durante 40 anos para, entre outros benefícios, ter cuidados de saúde essenciais. Terá de recorrer a um médico particular, e pagar os clássicos 100 euros de “primeira vez”, se quiser realmente saber, em tempo útil, como resolver o problema que a afecta.
Há 15 dias, uma notícia na TV revelava que existem 380 mil doentes à espera da primeira consulta nos hospitais públicos. O ministro Correia de Campos “já se manifestou disponível para esclarecer o facto”.
Eu preferia que o ministro se disponibilizasse para ir embora. Está naquele lugar desde Março de 2005, já tinha sido ministro da saúde em 2001/2002. Não precisávamos que esclarecesse – precisávamos apenas que resolvesse. Não resolveu? Siga.