Os mundos deles. E o meu.
Manuela Ferreira Leite continua zangada connosco (connosco é mesmo com todos nós, os portugueses) porque gostamos de ver novelas, somos sensíveis a fenómenos que os estudiosos do marketing e da comunicação já perceberam há décadas, achamos graça a uma certa teatralização da vida, e não gostamos que nos tratem como atrasados mentais. Lá está, mas votamos...
Por isso decidi ver também a entrevista na RTP com José Sócrates. E gostei de ouvir o primeiro-ministro. É uma máquina infernal, demolidora de jornalistas, analistas, críticos, e até de pessoas ainda mais zangadas do que ele, como Manuela Ferreira Leite. Tudo o que ele diz desperta em nós optimismo e confiança.
Só que, depois da entrevista, voltei para a minha mesa de trabalho, fui ao banco pela net, fiz contas à vida, pensei outra vez no futuro. Acordei, portanto.
Acho que não vivo no mesmo mundo de José Sócrates. Ou ele no meu.