Passou um ano
… O que era apenas uma plataforma para exprimir ideias, tornou-se uma espécie de quadro, que vou pintando e compondo diariamente, onde desenho o que penso, o que sinto, e abro a tela ao que os outros pensam e sentem. Passo no quarto onde está o cavalete mais tempo do que inicialmente pensei, mas faço-o com gosto, porque sinto que o quadro, e o quarto onde está, é visto por muita gente – e essa "muita gente", só por existir, entusiasma-me e inspira-me para o manter bonito, acrescentado, renovado.
Um blog é exactamente o que o seu autor quer que ele seja. Este é exactamente aquilo que quis e quero que seja. O que não contava, confesso, é que os leitores e meus amigos que o frequentam, comentam e citam, me levassem a olhá-lo como algo mais do que é. Como se fosse autónomo, com vida própria, que sendo meu está para lá de mim na exacta medida em que é também de quem o lê. Esse é o melhor balanço que posso fazer, um ano depois do primeiro dia.
Hoje eu sinto que o quadro se completa diariamente com pormenores, passeantes, cenários, paisagens. A saudável obrigação de vir aqui regularmente acrescentar pontos e linhas e traços ao quadro inicial tornou-se um momento natural na agenda dos dias. Como se fizesse parte de mim. E do meu mundo. Faz, com certeza, sei agora – e os 150 mil visitantes que por aqui passaram neste primeiro ano, e as mais de 300 mil páginas vistas, são a cereja em cima do bolo. A surpresa.