Depois da “gritaria”
Das coisas boas do advento das redes sociais é esta “gritaria” que se “ouve”, e na verdade se lê, sempre que há um caso polémico que mexe connosco, seja por razões políticas, sociais, emocionais, de justiça. Há um sentimento de liberdade – muitas vezes lamentavelmente confundido com impunidade e “vale tudo”... – que me parece de tal forma saudável e democrático que suplanta o lado negro das redes, que é essa grotesca, ordinária, reles, tantas vezes criminosa forma como muita gente aproveita a janela de liberdade como saída de esgoto de frustrações, ódios, casos mal resolvidos, etc..
Dito isto, seria sobre o “caso Sócrates” que deveria vir aqui deixar o meu “acrescento”. A “gritaria” está ao rubro. Sucede que, nestas ocasiões, me vejo ofuscado por tudo quando se diz, e sinto sempre que não tenho nada a acrescentar.
É o que está a acontecer. Acho que já foi tudo dito – pelo menos, o que diria se me desse para aí. Para trás, no arquivo deste blog, está mais de uma dezena de textos que deixam clara a minha opinião sobe a figura, e até alguns momentos em que nos cruzámos.
Agora, passada a excitação inicial, o que gostava era que, num clima de excepcional profissionalismo (ouvi alguns especialistas em quem confio dizerem que aquelas 4000 páginas são não apenas sólidas como inteligentemente produzidas), daqui se passasse a um julgamento que não chegasse ao fim quando talvez já nem me lembre de quem era esse tal de Sócrates. Isso é que era bonito.