Diálogo de surdos (ao cuidado da GALP)
Então chego à bomba e digo apenas “50 euros gasóleo”. Acrescento “factura com contribuinte” enquanto vou saindo do carro. Nada de novo.
Quando olho para o abastecedor, percebo que me estão a pôr “Hi gasóleo” em vez de “gasóleo simples” - mais barato - e faço um comentário…
- Eu pedi gasóleo, não pedi gasóleo “hi”…
O rapaz da bomba não gosta do comentário…
- O sr. pediu apenas gasóleo. Para nós, é gasóleo normal, que é este que estou a pôr…
- Não, digo eu, se peço apenas gasóleo, estou a pedir o simples, o mais barato, senão pediria “hi gasóleo”…
- O cliente não tem sempre razão, diz ele; se quisesse simples, devia ter dito. Se não diz nada, é este, o normal…
- Ok! Nesse caso, responda-me a esta pergunta: se para si o gasóleo normal é esse, mais caro, e que tem um “hi” escrito antes, porque motivo não tem a palavra “normal” escrita depois da palavra gasóleo? O “normal” não tem palavras extra, o simples tem escrito “gasóleo simples” e é mais barato…
- Não tem escrito porque é o “normal”.
E a conversa ía continuar por ali fora, distinguindo “simples” de “normal” e ignorando o tal “hi” que faz daquele gasóleo o mais caro na oferta actual. Percebi que era conversa de surdos. Também percebi que não deveria voltar àquela bomba.
Mas agora já sei: quando dizemos apenas a palavra “gasóleo”, estamos a pagar mais. Se quisermos pagar menos, temos de dizer “gásoleo simples”. Se a moda pega, em breve pedimos um bitoque num restaurante e custa-nos 10 euros - mas se pedirmos “bitoque simples” fica em 8 euros…
Conclusão: é cada vez mais complicado viver em regime de poupança. Há sempre alguém que faz dos cêntimos a diferença entre “simples” e “normal”. Não consigo distinguir, mas a GALP deve saber.