Mais novos do que nunca – e do que sempre
Está a fazer agora dois anos que eu e a produtora Joana Jorge começámos uma aventura que semanalmente nos surpreende, nos envolve, e muitas vezes nos maravilha. O projecto “Mais Novos do Que Nunca”, na Antena 1, nasceu para revelar na rádio pública o que faziam os recém-licenciados com os seus anos sabáticos, “gap years”, pausas entre o final de um curso e a entrada no mercado de trabalho.
Porém, rapidamente nos apercebemos que esse universo era, afinal, bem mais rico e vasto, não tinha limite de idade (a não ser na cabeça...), e constituía um sinal dos tempos: gente que muda de vida a meio da vida, gente que muda de carreira porque um dia acorda e percebe que não é feliz, gente que investe tudo em voluntariado porque descobre que é isso que faz sentido nesta passagem pela Terra, gente que aposta na inovação.
Dois anos passados, o “Mais Novos do que Nunca” é a janela aberta e o ar puro de que precisava para resistir aos tempos duros que todos vivemos, e um espaço de libertação e inovação para quem o ouve com a mente aberta. É uma lição semanal: de humildade, de coragem, às vezes apenas de capacidade de dar o pequeno passo, que tantas vezes pensamos dar e nunca damos, e que faz a diferença entre acordar para a rotina ou acordar para a vida.
Estou grato – e a Joana também, seguramente – pela oportunidade que a rádio nos deu. Dá trabalho, é trabalho – mas ao mesmo tempo é inspiração e respiração, é prazer e paixão, e é aprendizagem permanente. O meu pai já dizia que gostar do que fazemos, e ainda nos pagarem por isso, era um privilégio que não devíamos menosprezar. Se, para lá disso, ainda nos ensinam e inspiram para uma vida melhor, que mais podemos querer?
Nada. Apenas continuar. E continua.