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Pedro Rolo Duarte

01
Jun09

Usando um pouco o novo estilo Pacheco Pereira…

(É que dá imenso jeito e poupa na articulação...)
 

… Se Portugal fosse um país a sério, o noticiário assinado por Manuela Moura Guedes era um entre vários que felizmente convivem na nossa televisão. Criticado aqui, elogiado ali, o jornal de sexta da TVI  jamais seria bode expiatório de um Governo em dificuldades, e menos ainda um “exemplo” do que resta da liberdade de imprensa em Portugal. Mal de nós se fosse uma coisa ou outra. Não é nenhuma delas. É apenas um telejornal popular de um canal generalista.

… Se Portugal fosse um país a sério, a Entidade Reguladora da Comunicação não existia. Mas atenção: não existia esta ERC, nem aquelas ERC’s alternativas que pairam pelos artigos de pessoas respeitáveis como Pacheco Pereira, para não falar de estimados amigos como João Gonçalves. À direita e à esquerda, há mais ERC’s do que parece. É muito fácil dizer mal da ERC imaginando uma “nova” ERC feita à nossa medida e gosto…

… Se Portugal fosse um país a sério, o que hoje, no mundo dos media, poderia ser objecto de debate e reflexão não passa por Manuela Moura Guedes nem é sonhado pela ERC ou pelas Comissões que pretendem zelar pela deontologia. Na verdade, o que merece debate e reflexão é a relação entre as empresas de comunicação social e a informação que elas próprias geram - e pode, ou não, beneficiar os seus negócios fora dos media. É de politica que falamos, sim, mas de uma outra política: a que transforma leis em negócios, noticias em lucros, silêncios em escrituras, e desertos em oásis.

… Se Portugal fosse um país sério, a árvore jamais se confundiria com a floresta. E é esse, na verdade, o problema.

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