José Calvário
Fui conferir à implacável Filofax: sexta-feira, 7 de Março de 2008. Reencontrei o José Calvário à mesa do “Polícia”. Pusemos a conversa em dia, como fazíamos a espaços, nos últimos anos cada vez mais alargados, porque as circunstancias das vidas de ambos assim o ditaram.
Almoçámos arroz de pato, e ele comeu pouco, como sempre, e fumou muito, como sempre. Não ligou ao facto de eu já não fumar. Ele achava era que eu estava com projectos a menos – o que era verdade – e ele tinha projectos de sobra, o que nos fez rir, como era costume. Desafiou-me então para o acompanhar numa ideia que, a concretizar-se, mudaria a vida dele, a minha, e a de mais uns tantos. Ainda desenvolvemos um pouco essa ideia por telefone, e numa breve troca de mails.
Não se concretizou. Não voltei a falar com o meu amigo José Calvário.
Tinha umas novidades para lhe contar. E tenho a certeza de que ele teria ainda mais – e um disco discreto, que ninguém conhecia ainda, para eu ouvir.
A fotografia que aqui deixo, do meu arquivo pessoal, foi tirada durante o primeiro e mais divertido projecto em que tive o privilégio de ser “chefiado” pelo José Calvário: O Prémio Nacional de Música, na Figueira da Foz, em 1988.