Primeiro dia de Agosto
É um exercício inútil: se me ponho a pensar em 50 razões para viver em Portugal, encontro tantas que me perco na contagem bem acima das 50; se quero encontrar 50 razões para fugir daqui para fora, a cena repete-se e também me perco na contagem das dezenas de ódios de estimação que me levariam a emigrar imediatamente.
Por fim, percebo a inutilidade do exercício: razões não me faltam para partir ou para ficar – falta-me seguramente a vontade, a convicção, algo mais forte e profundo. Ou apenas o reconhecimento de pequenos nadas que fazem toda a diferença. Como este: ontem, sábado, 1 de Agosto, primeiro dia das “férias oficiais” dos portugueses, era possível estar numa praia assim, como as imagens documentam, em Portugal.
Praia de ricos, de acesso condicionado, só por barco, sem placas nem indicações? Nada disso. Praia com acesso a qualquer automóvel normal, praia com estacionamento e vigilância, a 150 quilómetros de Lisboa, com placas indicativas na estrada e referência nos guias e roteiros.
Não chovia, estava calor, e o sol andava por ali a brincar com as nuvens…