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Está fechado o pano sobre as legislativas – e agora é deixar o Engenheiro Sócrates mostrar se é capaz de governar em minoria sem recorrer aos discursos sobre as “forças de bloqueio”, a “instabilidade” e todo o chorrilho de argumentos do costume que já ouvimos noutros carnavais, incluindo o “deixem-nos trabalhar”...
A verdade é esta: a democracia portuguesa tem apenas 35 anos. Isto significa que só agora começamos a ver que os “filmes” se repetem à exaustão, as personagens se repetem à exaustão, os argumentos se repetem à exaustão, e até os votos se repetem. Só agora é possível observar que os líderes, lamentavelmente, se repetem uns aos outros conforme as condições em que se encontram: Sócrates diz o que já disse Cavaco, Santana e Portas; Portas diz o que já disse Louçã e Cunhal e Acácio Barreiros; Ferreira Leite repete o que disse Santana e Nogueira e Freitas e até Soares; e por aí fora, numa sucessão de vitórias e derrotas que sempre inspiraram os mesmos discursos de vitória e de derrota.
É esta sequência mimética de discurso – ou seja, de atitude, ou falta dela – que nos cansa e nos puxa para a desistência.
Por mim, resisto. Até porque, no meio da repetição sistemática dos procedimentos, há pequena surpresas que nos animam, como esta que vem do blog “Quero andar a pé! Posso?” . Uma boa ideia para amanhã, quarta-feira: