Esta edição do Economist parece feita de propósito para o meu amigo Miguel Sousa Tavares: além da história do I-Pad que faz esta divertida capa, a revista inclui um dossier de 20 páginas sobre redes sociais onde não apenas se traça um completo e rigoroso panorama do estado das coisas (e do seu historial), como se explicam vantagens, oportunidades e virtudes do Facebook, do Twitter, dos Blogues, entre outras plataformas. Sem dramas, sem exageros, com a marca distintiva do Economist e o olhar desapaixonado de quem se interessa pela relevância do fenómeno, pela possibilidade de negócio que convoca, e pela evidência da sua popularidade. Não vale a pena tapar o sol com a peneira: é de uma revolução que se trata e quem não estiver dentro dela, vai ficar para trás. Para trás do sol posto…
No outro dia encontrei o Miguel na redacção do “i” e ele perguntou-me, alto e bom som, se eu continuava a frequentar “esse bordel que é o Facebook”. Já não tenho paciência para explicar-lhe o que é o Facebook nem me atrevo a contrariar quem ficou preso a uma qualquer ideia-feita – mas tenho esperança que o Miguel leia uma revista séria. E perceba.
a)-ver para além do olhar... não temos forçosamente que concordar sempre com o MST.. ou com o PRD... estamos na era da comunicação volátil, mas isso não tem que fazer de nós seres estranhos e de relacionamentos fáceis, se quisermos continuar a olhar nos olhos do outro e a sentir-lhe o perfume da pele...
b)-"...Não vos tem acontecido alguma vez ter os olhos postos e fixos em uma parte, e porque no mesmo tempo estais com o pensamento divertido, ou na conversação, ou em algum cuidado, não dar fé das mesmas coisas que estais vendo? Pois esse é o modo e a razão porque naturalmente, e sem milagre, podemos ver e não ver juntamente. Vemos as coisas, porque as vemos: e não vemos essas mesmas coisas, porque as vemos divertidos. Padre António Vieira, in "Sermões"
O Facebook pode muito bem ser um bordel. Tudo depende dos amigos (amigas) que se tem. Se o MST tem esse tipo de relações na vida real, obviamente ir-se-ão reflectir nas redes sociais!
O Facebook é aquilo que é. E, pode ser usado de muitas formas: Para conversar com os amigos, para partilhar música e ideias...mas com muitos limites, que são os limites de um espaço público. Acontece que também é um espaço onde se é abordado/a por pessoas, que não se sabe muito bem o que querem. (nisso, o MST tem razão) Não existem amizades virtuais. Existem amizades. As relações entre as pessoas são relações de pele, de olhar, de falar e de ouvir. O Facebook, pode servir para colmatar a distancia,de um amigo, pontualmente. Para mim, começou por ser uma brincadeira que se foi tornado num grande aborrecimento. Ás tantas, tinha os amigos, dos amigos dos amigos que achavam que eram todos intímos e eu não os conhecia de lado nenhum...isso é no mínimo artificial. E o pior é que 99,9 % desta "mole de gente" nao tem igorosamente nada para dizer. E o 1% que possa ter, como é o seu caso, não é naquele espaço, evidentemente. O tempo passa e, nada se usufrui de válido, naquele teclar de cabeleireiro superlotado. Mas, é um bocadinho como estar in ou estar out.Olhe está-se in estando...out :). Está-se in, cuidadosamente e, com vontade, na maior parte do tempo, de estar out. Ainda este fim de semana, num sofá com amigos, à roda de um bom vinho, uma boa comida , uma boa conversa, se falou sobre isso. Os blogue é outra conversa: Nos blogue lê-se, essencialmente. Peças jornlisticas, crónicas.E, escolhe-se o que se lê e de quem se lê, o que é importante. Tem-se acesso a informação que de outro modo, não se teria. Ás vezes comenta-se, como hoje, sob pseudónimo que não estou para ser "amiga do mundo". Mas trocam-se ideias, dá-se uma opinião. Enfim...computer por computer é melhor. O resto é uma boa conversa e uma boa leitura. Um passeio no campo ou à beira mar. Uma volta pela cidade.Isso sim. Isso é a vida.
Gisela João O doce blog da fadista Gisela João. Além do grafismo simples e claro, bem mais do que apenas uma página promocional sobre a artista. Um pouco mais de futuro neste universo.
Uma boa frase
Opinião Público"Aquilo de que a democracia mais precisa são coisas que cada vez mais escasseiam: tempo, espaço, solidão produtiva, estudo, saber, silêncio, esforço, noção da privacidade e coragem." Pacheco Pereira
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