Coisas que me encanitam (II)
(Uma série que tem tudo para nunca mais acabar...)
As fotografias aqui postadas foram tiradas (à má-fila...), um dia desta semana, no canto das revistas e jornais do El Corte Inglês de Lisboa. Podiam ter sido tiradas em muitos outros postos de venda por esse país fora. Exibem o “tuga borlista” no seu melhor: cá pagar um euro pelo jornal, naaaa! Cá contribuir para que a imprensa morra mais devagar, nem pensar! Assim é que é bom: encostamos o carro à praça, escolhemos o jornal da nossa preferência - e lemos de borla, que sabe bem melhor...
Fazer o que este bando está a fazer ou roubar um jornal, ou fotocopiar um livro, ou piratear um DVD, é exactamente a mesma coisa. Ou é pior – porque é ainda mais fácil, à descarada, e sem riscos.
Tal facto é válido também para as senhoras que ocupam o lado oposto da loja molhando os dedinhos gordos nas páginas das revistas cor-de-rosa. Sempre sem pagar, só a “dar uma vista de olhos”...
Quem quer mesmo comprar um jornal ou uma revista tem dificuldade em passar pelo bando de borlistas abusadores e suas compinchas do sexo feminino. O aviso claro que informa ser proibido ler os jornais expostos é liminarmente ignorado.
Mas estamos a falar de objectos que custam dezenas, centenas, milhares de euros? Não. Estamos a falar de jornais que custam 80 cêntimos, ou 1 euro, revistas que custam 1,25 euros.
... Um dia, estes cavalheiros e suas damas vão deixar de ler “à pirata” nas bancas de Portugal – porque um dia, por estas e por outras, não haverá mais jornais e revistas. Alguns lamentarão tal facto, e recordarão com saudades os tempos em que ainda havia imprensa. Esquecerão, porque infelizmente nem disso têm noção, que também contribuíram para o triste estado das coisas.
Por mim, fazia como no Texas com os meninos das escolas: ou paga o jornalzinho... ou leva reguada nas mãos...
É uma coisa que me encanita, pronto.