Cláudia impressa
A edição de Junho da Vogue alemã parece um daqueles catálogos de exposição de arte. São 200 páginas dominadas pelas mesma “actriz”, em mil imagens e versões e personagens diferentes.
Sempre Cláudia Schiffer. À beira de voltar a ser mãe – entretanto, já foi... – Cláudia entrega-se à revista e deixa explorar a sua maior virtude: a capacidade de se desmultiplicar. Cláudia não é camaleónica – é versátil. Mais do que modelo, é actriz. Mais do que versátil, é múltipla de si própria.
O resultado é uma edição de luxo. Não consigo ler uma linha de alemão, mas chegam-me as imagens de Ellen Von Unwert, Karl Lagerfeld, Camila Akrans e Francesco Carrozzini - os fotógrafos estrelas desta edição.
Chegam-me para pensar que, enquanto houver fotógrafos assim e pessoas que se deixem fotografar desta maneira, dispenso que me falem de écrans e plasmas e tábuas – o papel é que manda. “É quem mais ordena”. O papel é que imprime. O papel é que sabe distinguir todos os tons do preto. Ou a profundidade de um olhar.