Coisas que me encanitam (III)
Divido as ruas de Lisboa por classes de doenças: há as ruas constipadas, engripadas, com pneumonia. E depois há as ruas terminais, as que não têm cura, as que me deixam à beira de um ataque de nervos, e que parecem ser sempre ignoradas pela diligente divisão de trânsito da PSP. A Avenida João Crisóstomo está nesta última categoria: é uma das insuportáveis artérias da capital.
O que me encanita na João Crisóstomo? Simples: o facto de ser uma rua sempre em “modo engarrafamento” não por ter um excesso de veículos em circulação, mas por ter um excesso de veículos... parados. Em segunda fila, em terceira fila, quatro piscas, desrespeito total por quem circula, egoísmo puro, “espera aí um bocadinho que é só cinco minutos”. Tira-me do sério. Mas o pior não é isso – o pior é que parte do engarrafamento permanente da Avenida João Crisóstomo resulta do estacionamento abusivo, em segunda fila, dos carros... de uma escola de condução! A Grancoop (a foto é manhosa, tirei-a com o telefone em andamento, sim, deve ser crime, venha lá a multa...), em vez de ensinar, começa logo por desensinar os seus alunos. Pois se eles aprendem a conduzir em carros sempre mal estacionados, a atravancar todo o trânsito, a desrespeitar os outros condutores, não se lhes pode pedir que sejam depois bons condutores, respeitadores e civilizados.
De passagem: nunca vi a polícia por ali, a pôr aquela gentinha na ordem, nem quando a Avenida sediava uma esquadra de polícia (entretanto desactivada)...