Um GPS na vida
Nunca fui amigo próximo do António Feio - mas sempre senti no seu olhar, nos diálogos breves que trocámos na praia, no Xafarix, nos espectáculos onde passámos, uma cumplicidade que jamais saberei explicar. Ou talvez saiba: era ele, assim mesmo, sem máscaras. Tivemos momentos de solidão partilhada, mas o que recordo com saudade era o olhar malandro de quem percebia rigorosamente em que ponto estava cada um de nós.
Sempre que morre alguém de quem gosto, não consigo deixar de pensar no que fazemos com a vida que temos. E às vezes é tudo tão pequenino.
O António teve pelo menos esse mérito: viveu muito menos do que merecia, mas viveu sempre em cheio. E é sobre isso que ele fala neste vídeo. Vale a pena ouvi-lo. Segui-lo.