Coisas que me encanitam (VIII)
É só uma pergunta: onde está o filho do Cristiano Ronaldo?
Quer dizer: andaram a anunciar que havia um recém-nascido, sobrevoaram a Dona Dolores e a Kátia, fotografaram o filho que mal se via, especularam sobre as mil mães que podiam ser a mãe. E de um dia para o outro, qual pequena Maddie, nunca mais se falou do filho. Desapareceu. Deixou de interessar.
Alguém me explica porquê? É como os incêndios, tema sazonal? Volta no Verão do ano que vem?
Encanita-me isto. Tanto mais que leio, na (insuperável) edição espanhola da Vanity Fair, a história extraordinária – e triste... – da possibilidade de entrevista com um homem, mundialmente “super famoso”, milionário, ídolo de milhões, que tem um filho pequeno e, farto de ser perseguido por paparazzis, decide contra-atacar mostrando a criança numa entrevista exclusiva. O objectivo é acabar com as perseguições e, qual antibiótico, usar a bactéria para matar a bactéria.
A VF parece ser a revista certa para a operação. Porém, o milionário admirado por milhões... pede dinheiro para dar o exclusivo. Uma entrevista paga? A Vanity Fair, mantendo os pergaminhos que fazem dela a melhor revista do Mundo (sou eu a declarar, claro...), recusa. Como deve sempre ser para quem se quer orgulhar de fazer jornalismo. E, com elegância, conta a história sem dizer o nome do protagonista, apenas para mostrar como uma frase simples – “há alguma compensação para dar esta entrevista?” – pode “matar” o herói e deixar a nu uma pessoa abaixo de comum.
Não sei porquê, lembrei-me do filho desaparecido de Cristiano Ronaldo. Mas deve ser coincidência.