Da série “a riqueza da realidade esmaga qualquer ficção”...
Vem nos jornais: Ezequiel Lino, adjunto de Isaltino Morais, terá cuspido e mordido em agentes da PSP, indignado por terem rebocado o carro da filha, muitíssimo bem estacionado numa passadeira para peões na rua José Diogo da Silva, em Oeiras...
... O autarca foi detido depois de agredir a pontapé e à dentada um agente da autoridade dentro da própria esquadra. Não sabemos o paladar do bracinho do policia, que Ezequiel poderá ter confundido com picanha argentina. Mal passada, claro.
Segundo a notícia lida aqui, antes da dentada fatal “o autarca tentou dar um murro no nariz do agente”. Ezequiel é homem que, quando lhe tocam na propriedade, perde as estribeiras e não anda longe de Rambo, por isso “foi necessário chamar reforços para travar a fúria”. Terá sido nesse momento, depois de algemado, que o autarca cuspiu sem dó nem piedade sobre a autoridade...
Está explicado o slogan de Oeiras, “marca o ritmo”. Marca à dentada um novo ritmo a murro e pontapé.
Está explicada a iniciativa “Marginal sem carros” marcada para domingo – trata-se de uma manobra preventiva promovida pela PSP. Nunca se sabe de onde virá a próxima cuspidela.
Por fim, está explicada a frase de campanha de Isaltino para vencer a Câmara: “Oeiras mais à frente”. Na verdade, mais à frente em matéria de cidadania e respeito seria difícil.
Lá está: de cada vez que começo a pensar em entrar no mundo da ficção levo uma dentada de realidade. E amanso.