O nosso político APAV
Eu acho que o Dr. Manuel Maria Carrilho devia inscrever-se com urgência na Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. No seu caso, mereceria até um Dia Internacional. Ou uma presença na rubrica “eu vivi um momento dramático” das tardes da TVI.
Ele foi vítima dos paparazzis e da imprensa cor-de-rosa quando quis que o seu casamento saísse apenas na imprensa de referência. Depois foi vítima da cabala dos media que o impediu de ganhar as eleições em Lisboa. Foi vitima das circunstancias eleitorais e lá teve de ir viver para Paris, "mon Dieu", que aborrecimento, ocupando um dos mais desejados tachos da nação. Agora, é vítima do seu PS que não lhe perdoa a deslealdade de contrariar o Governo português num cargo para o qual foi escolhido pela confiança política que inspirava...
Este homem nunca é responsável pelo que lhe acontece. A culpa mora do outro lado da rua, ali mais à frente, e o mundo divide-se nos maus, que lhe querem obviamente fazer mal, e em Carrilho, o bom, que ía sempre a caminho da missa...
Já tinha saudades de Carrilho-APAV. Um pouco como Alberto João Jardim na Madeira, Manuel Maria Carrilho faz parte dos personagens da nossa comédia diária: recorda-nos quão triste e miserável é a nossa política e com isso faz-nos rir e mantém-nos à distância. Uma prudente distância.
Vale a pena, já agora, ler este post (datado de Março...) e perceber por que motivo Carrilho foi efectivamente demitido – e como a editora Sextante (e quem a seguiu por essa rede fora) foi infeliz no comunicado onde atribui a demissão a um livro acabado de sair e que deve querer vender desesperadamente...