03
Jan08
Tranquilo: o tipo da ASAE é igual às vítimas da ASAE
Afinal, o inspector-geral da ASAE é um ser humano. Tem dúvidas e também erra. Ou melhor, não tem dúvidas mas efectivamente erra. Podia ser dono de um restaurante sem viabilidade. É um gajo como outro qualquer.
Este facto tem um lado bom e um lado mau.
O lado bom é que o inspector-geral da ASAE não é diferente de qualquer de nós (a não ser no bigode, que não lhe fica bem, mas é lá com ele).
O lado mau é um tipo como qualquer de nós ter poderes que qualquer um de nós não tem. E usá-los. E dar palpites sobre o desenvolvimento da indústria hoteleira com dados estatísticos que justificam as suas prepotências, interpretações legais, acções mediáticas e fogos de artifício diários.
Eu gostava muito de dizer bem da ASAE e das suas postura e atitude. Seriedade e rigor. Um país limpinho e certinho.
Mas o país não é limpinho nem certinho, a ASAE exagera nos galheteiros e noutras galheteirices, e ainda por cima o tipo que manda naquilo fuma onde não pode fumar e, quando confrontado com o facto, defende-se como um dono de tasca manhosa em plena acção da ASAE. “Ah, não sei quê, e tal...”. Seria um fait-divers, não se desse o caso de envolver o homem que tem arruinado, sem dó nem piedade, a vida de tanta gente. Tão implacável com os outros, tão permissivo consigo próprio. Portugal é isto. Até quem tem de dar o exemplo se desculpa quando não tem exemplo para dar.
Um começo de ano prometedor: continuaremos seguramente na mesma.