25
Nov07
O Expresso
Faz parte de uma certa cultura urbana “dizer mal” do Expresso. Há anos que é assim. Passou a aceitar-se como óbvio que o Expresso “não traz nada de interesse” – esta é a frase fatal – e os mais de cem mil compradores que “insistem”são certamente tolos ou distraídos. Eu faço parte desses distraídos.
Todas as semanas, ao sábado, penso o contrário. O Expresso – que, como todos os jornais, teve os seus momentos mais altos e mais baixos, jornais são como pessoas... - voltou a ser um semanário indispensável desde a última renovação. A opinião ganhou (Miguel Sousa Tavares tornou-se incontornável, ao lado de Clara Ferreira Alves, Pereira Coutinho, Cutileiro, Freitas Lobo...). A revista melhorou substancialmente e consegue um equilíbrio feliz entre leitura mais leve e matérias mais densas (a ideia da capa de hoje, Amaro da Costa, é um ovo de Colombo há anos à espera de quem o descobrisse...). O primeiro caderno voltou a marcar a actualidade, sem especulações baratas ou sensacionalistas.
É curioso notar que o jornal sofreu uma generosa razia de quadros há pouco mais de um ano – e que esse facto não se reflecte, hoje em dia, no produto.
A edição de sexta-feira do Público – a melhor de toda a semana -, e o Expresso ao sábado, fazem o meu fim-de-semana informativo. Junto-lhes o Correio da Manhã para apimentar os dias. O resto é mais do mesmo. Ou menos do mesmo.
PS – Não tenho qualquer interesse pessoal neste post: o Expresso, onde nunca escrevi, ignora o meu trabalho e a minha pessoa há muitos anos. Houve um tempo em que ainda se dava ao trabalho de arrasar os programas que fazia na televisão. Agora nem isso.