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Dez07
Manual Prático da Política Ocidental
Quem efectivamente quiser fazer um Manual da Verdadeira Forma de Fazer Política no Ocidente nos Tempos que Correm, não tem mais do que relatar factualmente, sem necessitar das muletas da análise ou da opinião, o que aconteceu este fim-de-semana em Lisboa.
Quem são todos os que vieram, por que tragédias (humanitárias, politicas, de guerra, de terrorismo, de prepotência, de ditadura, de violação dos direitos humanos) são responsáveis, o que potencialmente podiam ser os países que gerem e o que são na realidade esses países.
Quem os recebeu e o que defende quem os recebeu.
Quem com eles negoceia e com isso cauciona as politicas que executam.
Como os que os receberam de sorriso aberto deixaram que dominassem as ruas de Lisboa e transformassem a cidade numa submissa capital de segunda ordem.
Como demonstraram o seu poder – em segurança efectiva ou posta ao seu dispor, em instalações e meios, em tempo de antena e cortesias, aviões, hotéis, agenda literalmente às ordens.
Esquerda e direita não se distinguem nessa forma peculiar de conciliar os direitos humanos com a economia, a democracia com a necessidade, a liberdade com o medo.
Este fim-de-semana, em Lisboa, pessoas que, à luz da legislação europeia, estariam presas em regime de alta segurança, dominaram a cidade, os media, gastaram dinheiro dos contribuintes, e receberam sorrisos da maioria dos dirigentes europeus.
Era uma vaga ideia que tinha, mas agora tornou-se um facto: o crime compensa.