04
Jan08
Um novo canal de Televisão
Há sempre duas maneiras de receber a notícia de mais um canal de televisão de sinal aberto.
Primeira: uma abertura à pluralidade, alargamento do mercado de trabalho, acrescida variedade na escolha. Maiores hipóteses de trabalho para os profissionais.
Segunda: mais um “player” a disputar o mesmo mercado, mais quantidade de horas de emissão. Mas, por essa via, diminuição na qualidade da oferta, com descida de preços, cortes nos custos, e uma programação tendencialmente apostada no maior denominador comum.
A forma como cada um de nós recebe a notícia depende da nossa posição relativa e do interesse na matéria. Não surpreende, portanto, que Pinto Balsemão critique a decisão do Governo, uma vez que a SIC já está no mercado e luta todos os dias, com dificuldade, por uma fatia do bolo. Também não surpreende que Joaquim Oliveira, empresário de media a quem falta um canal de TV para potenciar todos os meios de que dispõe, se regozije com a perspectiva de poder concorrer ao quinto canal.
Para mim, profissional do meio, é no meio que está a virtude. Ou melhor, o defeito: é verdade que talvez aumentem as probabilidades de ter projectos novos em antena – mas diminuem fortemente as possibilidades de haver quem queira “comprar” os projectos que eu possa ter para vender.