Pode uma revista de economia ser sexy?
Pode.
Muito sexy mesmo. A mais recente aventura do grupo Condé Nast chama-se “Portfolio” e está para a economia como a sua irmã mais velha, “Vanity Fair”, está para a sociedade. Uma receita inteligente que mistura frivolidade e profundidade, gossip e pensamento, nomes e ideias com imagens e design, fazem da “Portfolio” a mais interessante nova publicação do mercado norte-americano dos últimos anos.
Percebe-se, mês a mês, que a revista ainda procura o seu ponto de equilíbrio editorial - mas o grafismo é irrepreensível, a atenção aos negócios de media, multimédia e tecnologia parece evidentemente deliberada (e certeira...), e o know-how do grupo Condé Nast garantem-lhe uma postura de sabedoria e “mister” desde o primeiro número. Parece que é uma publicação de referência, tendo no entanto escassos meses de vida...
A “Portfolio”, pessoalmente, trouxe-me alguma paz ao raciocínio, sempre que penso nos caminhos que o jornalismo e a comunicação levam: fez-me ver que não estou sozinho. O caos está em alta, generalizado, livre e sem destino. Há luz para “prováveis futuros”? Há, e a “Portfolio” exibe alguns fósforos acesos...
Tratando-se de um novo produto, a aposta online é fortíssima (www.portfolio.com) e o site acaba por ser uma versão diária da revista, com uma oferta multiplicada de informação útil, reacção no momento, actualização permanente.
Juntas, a edição em papel e online fazem da “Portfolio” um novo vício. Adorava que não se repetisse o processo “Talk” – ou seja, que não fosse outra vez uma revista boa demais...