Esta história do novo Aeroporto não constituiu uma vitória da oposição. Aliás, não foi vitória de quem quer que seja. Talvez tenha sido, isso sim, uma lição e um exemplo da chamada sociedade civil. Foi ela - entre empresários, financiadores anónimos, jornais & jornalistas – que forçou o Governo a repensar o tema e obrigou Mário Lino a engolir o “jamais” e demais prepotência com que se sentou sobre o dossier.
Foi também a sociedade civil que deu uma oportunidade a José Sócrates para demonstrar que tem alguma humildade – coisa que o próprio se apressou a contrariar, desculpando o ministro Lino e falando como se desde sempre a decisão estivesse em aberto. Sabemos que não estava. Foi reaberta à paulada, contra a vontade do Governo, “que chatice, hein?”.
Ora, a sociedade civil somos todos nós. Todos e cada um, acordados ou a dormir, empenhados ou negligentes, atentos ou alheios. Às vezes a coisa funciona.
A lição que fica é, apesar do “final feliz” e desta ideia de “nós até podemos”, triste e lamentável: confirma-se que há todas as razões para não deixar a politica nas mãos dos políticos, menos ainda confiar naqueles que elegemos. Se os deixarmos à solta, eles fazem grandes asneiras sem dó nem piedade, aparentando saber científico e sempre em nome “do melhor para Portugal”. “Acreditar” é, por isso, o verbo proibido.
Ou seja, este episódio confirma que alguém vai ter de continuar em cima “deles”, a ver que outras trapalhadas preparam. E esse alguém somos todos nós. Que canseira. Que maçada.
Conta o Correio da Manhã que em Felgueiras, num Centro Comercial, um cidadão, depois de se recusar a apagar o cigarro, e confrontado com a presença da GNR, decidiu insultar a autoridade, persistir no fumo activo, e uma vez detido e enfiado na viatura da Guarda, manter-se estoicamente indignado. Vai daí, mordeu um agente na mão e no pé…
Os fumadores fundamentalistas compreenderão a fúria inaudita do cidadão. Os não fumadores fundamentalistas dirão “ah, pois é, sempre disse que os fumadores são delinquentes em potência”.
Eu, ao ler esta notícia, noto apenas que os factos ocorreram em Felgueiras – essa terra onde a lei esteve sempre abaixo das pessoas (e continua...), e que se candidata a substituir o Entroncamento no domínio dos “fenómenos”.
O “fenómeno”, neste caso, é a misteriosa artimanha que o fumador terá usado para conseguir morder o pé de um agente da GNR. Conseguiu descalçá-lo primeiro? O agente actuava “à civil”, isto é, de pé ao léu? Há um fetiche em Felgueiras que envolve agentes da autoridade e pés desnudos? Ou afinal o infractor mordeu uma bota rija da Guarda Nacional Republicana?
São perguntas que ficam, lamentavelmente, sem resposta. Outras haveria, mas ficamos por aqui.
Ora, ensinaram-me que quando um cão morde um homem, não é notícia. Quando um homem morde um cão, é que é notícia. Neste caso…
Bom, quando um fumador morde o pé de um GNR, para mais em Felgueiras, também me parece que pode ser noticia.
Observo as eleições norte-americanas como estou atento às espanholas e estive às francesas: com o interesse de quem quer estar a par do que se passa à sua volta, mas também com a distância natural de quem não vota naqueles países, não se governa com aqueles líderes, nem pensa emigrar nos próximos tempos.
Verifico, no entanto, que a blogoesfera política nacional, aquela que se dedica militantemente ao debate das ideias, vive e vibra com estes primeiros momentos da longa corrida americana como se votasse num qualquer estado, como se lá estivesse, como se fizesse parte. Repare-se nesta frase que tirei de um blog (nem me lembro qual), só como exemplo do que digo: “Para uma criatura com dezoito anos, os sound bites da senhora Clinton devem possuir a subtileza (mas não a eficácia brutal) de uma gaivota a caminhar em direcção às bancas do peixe na Praça da Ribeira”. Incrível, como de repente Hillary se representa numa paisagem típica do Porto de Portugal...
Num primeiro momento, fico estupefacto com tanto empenho e tento perceber o que pode levar alguém, em Portugal, a uma defesa acérrima de Obama ou Clinton, a um rasgo de paixão por um Rudy Giuliani – ou pior, a uma análise quase profissional sobre o eleitorado do Connecticut e a sua influência no resultado final desta maratona.
Num segundo momento, verifico quão errado eu estou. É óbvio, por mais irónico que possa parecer (e de alguma forma, é): sendo o país que manda no Mundo, que zela pelo bem-estar do Mundo, que encaminha e ensina o Mundo moderno, que faz jurisprudência sobre o bem o mal no Mundo, é evidente que os Estados Unidos da América são também “nossos”. Um segundo país, vá. E as eleições deles são também “as” nossas. Não votamos, é certo. Mas sempre damos “uma-pá-caixa” – coisa em que, de resto, somos especialistas desde há séculos.
Entendo finalmente esta paixão por umas eleições tecnicamente bizarras e, na prática, inexplicáveis – mas que na verdade vão levar alguém à presidência de um bocado substantivo da nossa existência, onde quer que vivamos.
Desde que deixei de fumar, há um ano e nove meses, engordei oito quilos. Ainda não sou gordo, mas para lá caminho se, como me dizia ontem um amigo (ao almoço, claro…), eu “não fechar a boca”.
“Fechar a boca” será, portanto, um estádio superior de luta, que (me) prometo iniciar em breve.
Para já, tentando contrariar ligeiramente esta realidade, e depois de um longo período de deliberada e por isso dedicada negligência, comprei um par de ténis, um podómetro (aparelho que mede os quilómetros que fazemos a andar ou a correr), e tenho andado todos os dias a fazer quilómetros em passo firme junto ao rio.
Como nunca fui dado a estes cultos do corpo, comecei com uma sessão ligeira de 10 minutos. Aumentei para 20. Já vou nos 30 minutos, mais ou menos 3 quilómetros. Vou bem.
Mas notei duas coisinhas inesperadas.
Primeira: ao contrário da imagem que as revistas passam e que a minha imaginação contemplava, os que andam a caminhar e correr à beira rio são pessoas normais, algumas até obesas, e a esmagadora maioria pode considerar-se feia. Nada de manequins deslumbrantes ou longos cabelos a esvoaçar. Uma desilusão.
Segunda: as lojas de desporto, que agora se multiplicam por todo o lado, estão repletas de pessoas normais, algumas até obesas, e a esmagadora maioria pode considerar-se feia. Nada de manequins deslumbrantes nem longos cabelos (neste caso sem esvoaçar, mas ainda assim louros ou pelo menos com reflexos brilhantes...).
Confirma-se, portanto, o pior que em pesadelos julguei ver: só anda nisto quem precisa. E quem precisa não se recomenda. Lamentável, o estado a que cheguei.
Ingenuidade minha, talvez: até há pouco tempo eu acreditava integralmente na idoneidade, ética e credibilidade da banca nacional.
Reclamava com as cobranças excessivas (tudo se paga nos bancos, mesmo quando os anúncios dizem que o “tudo” é oferecido...), reclamava com serviços nem sempre perfeitos, não gostava dos juros e das taxas (quem gosta?)...
Mas admirava o dinamismo que os bancos demonstravam, e tinha desse sector uma imagem de seriedade e competência, que obviamente contrastava com a inépcia, negligência e incompetência que abundam nos serviços do Estado.
Tudo mudou em poucos meses. Com notícias de jornal – que não é por acaso que se tornam publicas neste momento... – e os ajustes de contas que daí resultam. A velha e certeira frase: “zangam-se as comadres...”
O que me deixa desalentado na ressaca desta crise – a que se juntou o processo da dança de cadeiras na Caixa... -, é a ideia de mais um tiro no porta-aviões das “coisas-em-que-ainda-confiamos”.
Falta pouco. Um escândalo na Casa da Moeda, outro na Universidade Católica, um na Gulbenkian, e o navio vai ao fundo. Para sempre.
(“E La Nave Va”, era assim o filme de Fellini, não era? Lembro-me que se passava num barco, mas às tantas o realizador abria o jogo e mostrava que o barco jamais saíra do estúdio, e tudo era encenado entre quatro paredes. De mentirinha, portanto. Lá está.)
Pergunta o Carlos (Quevedo) e o Rui (Zink) ao Luiz Pacheco:
Quais são as coisas que lhe importam mesmo na vida? E ele responde: ”Chegar aos 100 anos. Não, o que me importa é que o bebé cresça, que o meu filho tire o curso. Já são interesses que me são exteriores. Gostava de publicar, sem cagança nenhuma, gostava de publicar um livro, ainda que não fossem só estas repetições, estas reedições. Tenho material para isso, mas precisava também de ter um bocadinho de condições. Não é com os 50 contos que a SEC me dá que eu posso fazer isso. Estes 50 contos o que me tiram é a necessidade de fazer isso. Aqui nesta reedição de O Libertino não vou receber quase dinheiro nenhum. Vocês estão ainda na idade de terem grandes ambições. Mas eu já não tenho idade de ter essas ambições. As minhas são não ter muitas dores, não me rebentar a hérnia. Já sei que qualquer dia, se não me rebentar a hérnia, cai-me um tijolo em cima e fico em papas. Há também um certo desgosto da vida. Agora, enquanto eu tiver, de facto, um x mensal em que possa dar uma ajuda aqui ao Paulo, comprar em Setúbal um peixe fresco, uma fruta, uma oferta, meter ali no açucareiro uns 5 ou 10 contos, então…”
Quando li a notícia fui buscar o nº 22 da “Capa”, onde estava esta entrevista.
Acabei a reler a revista toda, noite dentro, como de costume quando regresso a um local onde fui feliz.
Nesta edição, eu tinha “saído com Edite Estrela” e experimentado viver no hotel Estoril-Sol. Era o editor-geral mais sortudo do planeta. Leio o editorial (do Miguel? De todos? De um de nós? Não me lembro):
“Nos tempos que correm, de fascismo médico, moral, e ecológico, em que começa a ser proibido fumar, fornicar, ou alargar o buraco do ozono, é muito saudável verificar que muitos jovens portugueses estão, simplesmente, a marimbar-se”. (...) “Divertem-se por métodos clássicos – namoros, música, álcool, tabaco, jantaradas, paródias – já consagrados por séculos e séculos de actividade. Sabem muito bem que faz mal, mas fazem à mesma”.
O Luiz Pacheco teria concordado. Como nós com ele. Estávamos em 1992. Não passou assim tanto tempo.
Agora eu sento-me na plateia e espero que ele chegue. Há vinte anos que espero por este homem, como se fosse mais um irmão ou um pai substituto, como se sem ele nunca tivesse sido possível viver.
E não foi mesmo. Eu vivi sempre com ele ao meu lado, por perto, a encher a solidão das casas onde vivi, ou a ajudar a fazer-me entender às mulheres que um dia olharam para mim e ficaram. Ele foi a missa que me faltou, o livro que não li, o filme que me escapou. Ele foi tudo quando tinha nada, sempre que tive nada, como foi tudo quando tinha o que queria, sempre que tive o que mais quis. E agora, eu espero por ele nesta plateia cheia, e tenho um lugar vago ao meu lado, onde me apoio e para onde me viro sempre que quero imaginar-te aqui sentada. Tu não estás, eu sei, nem vais chegar. Eu estou só – mas se calhar hoje, mais que nunca, faz sentido estar só, faz sentido guardar tudo para mim, não partilhar, não dar, só receber e sofrer com tanto prazer, gosto, paixão.
Enquanto ele não chega, enquanto as luzes acesas me ferem os olhos sempre que olho para o lado e vejo este lugar vazio, imagino o que quero que ele seja quando o palco se iluminar. Imagino-o discreto, num fato completo, sentado num banco alto, o olhar colocado no infinito. Depois a sequência das canções, September , Let the Hapiness In , Waterfront , Forbidden Colours , Gone to Earth , I Surrender , The Shining of Things , The Scent of Magnolia , Heartbeat , Ghosts , Wanderlust , eu a fazer listas e a desejar mais esta e mais aquela.
Perdido no labirinto do seu génio criativo, deixo que o tempo passe até que as luzes se apaguem. E elas apagam-se, finalmente, A cortina abre-se e ele aparece tal e qual como eu pensei que iria aparecer, e a voz solta-se tal e qual como eu queria que se soltasse, e as canções começam a suceder-se como folhas de um livro aberto ao vento, livres e sem destino, às vezes mais intensas, outras apenas mais profundas e cavadas na terra. The quality of art is that it makes people who are otherwise always looking outward , turn inward » - e com este lema eu envolvo-me na voz e nas palavras, nos acordes e nas variações, deixo as lágrimas seguirem o seu caminho, o percurso sinuoso da minha vida, e de quando em vez cai uma no lugar vago ao meu lado.
Tenho as mãos suadas de as apertar uma contra a outra, vencendo resistências e atravessando de um lado ao outro o que a vida me tem deixado sempre com este som por perto, à frente ou no fundo. Raras vezes em fundo.
Quando o espectáculo acaba, estou literalmente esgotado. Deixo os outros espectadores saírem da sala e fico a recuperar o fôlego , a deixar-me secar, a deixar-me voltar ao mundo normal. Desço as escadas, saio para a rua, há um vento ligeiro a enrolar-se a mim. Estou muito cansado, mas sinto-me outra vez pronto para mais vinte anos a ouvir a voz de David Sylvian sempre que de uma voz preciso para completar os meus dias.
Ao sábado, memórias reeditadas. Texto originalmente publicado na revista Egoísta, algures em 2002
Há sempre duas maneiras de receber a notícia de mais um canal de televisão de sinal aberto.
Primeira: uma abertura à pluralidade, alargamento do mercado de trabalho, acrescida variedade na escolha. Maiores hipóteses de trabalho para os profissionais.
Segunda: mais um “player” a disputar o mesmo mercado, mais quantidade de horas de emissão. Mas, por essa via, diminuição na qualidade da oferta, com descida de preços, cortes nos custos, e uma programação tendencialmente apostada no maior denominador comum.
A forma como cada um de nós recebe a notícia depende da nossa posição relativa e do interesse na matéria. Não surpreende, portanto, que Pinto Balsemão critique a decisão do Governo, uma vez que a SIC já está no mercado e luta todos os dias, com dificuldade, por uma fatia do bolo. Também não surpreende que Joaquim Oliveira, empresário de media a quem falta um canal de TV para potenciar todos os meios de que dispõe, se regozije com a perspectiva de poder concorrer ao quinto canal.
Para mim, profissional do meio, é no meio que está a virtude. Ou melhor, o defeito: é verdade que talvez aumentem as probabilidades de ter projectos novos em antena – mas diminuem fortemente as possibilidades de haver quem queira “comprar” os projectos que eu possa ter para vender.
Afinal, o inspector-geral da ASAE é um ser humano. Tem dúvidas e também erra. Ou melhor, não tem dúvidas mas efectivamente erra. Podia ser dono de um restaurante sem viabilidade. É um gajo como outro qualquer.
Este facto tem um lado bom e um lado mau.
O lado bom é que o inspector-geral da ASAE não é diferente de qualquer de nós (a não ser no bigode, que não lhe fica bem, mas é lá com ele).
O lado mau é um tipo como qualquer de nós ter poderes que qualquer um de nós não tem. E usá-los. E dar palpites sobre o desenvolvimento da indústria hoteleira com dados estatísticos que justificam as suas prepotências, interpretações legais, acções mediáticas e fogos de artifício diários.
Eu gostava muito de dizer bem da ASAE e das suas postura e atitude. Seriedade e rigor. Um país limpinho e certinho.
Mas o país não é limpinho nem certinho, a ASAE exagera nos galheteiros e noutras galheteirices, e ainda por cima o tipo que manda naquilo fuma onde não pode fumar e, quando confrontado com o facto, defende-se como um dono de tasca manhosa em plena acção da ASAE. “Ah, não sei quê, e tal...”. Seria um fait-divers, não se desse o caso de envolver o homem que tem arruinado, sem dó nem piedade, a vida de tanta gente. Tão implacável com os outros, tão permissivo consigo próprio. Portugal é isto. Até quem tem de dar o exemplo se desculpa quando não tem exemplo para dar.
Um começo de ano prometedor: continuaremos seguramente na mesma.
Deixem-me fazer um bocadinho de jornalismo e contar isto: quando as "autoridades" se regozijam com a diminuição do número de mortos e feridos nas estradas no Natal, ou no ano novo, não estão efectivamente satisfeitas com os números, estão a rezar para que nada corra mal nos dias seguintes. Correr mal é um acidente como aquela excursão que matou 16 idosos de Castelo Branco, e com isso estragou toda a estatística que iria fazer de 2007 um ano "fabuloso" na sinistralidade rodoviária.
Em Portugal a estrada mata porque se conduz mal (problema criado pelo Estado, que tornou a “venda” da carta de condução num negócio altamente lucrativo e com escasso controlo), porque as estradas são más ou estão mal mantidas e sinalizadas (problema do Estado e da corrupção no Estado), porque temos carros de merda mesmo quando parecem bons (sucata importada, revisões feitas à revelia das marcas, etc.), porque o Estado confunde prevenção e controlo com caça à multa e negligência, e porque somos mal-educados e prepotentes (problema que passa pelo Estado, mas efectivamente não lhe diz respeito), além de mal pagos (a maioria dos condutores profissionais trabalha em regime extraordinário).
O que daqui resulta é explosivo: como o Estado não melhora o ensino da condução nem as vias de comunicação (a não ser com portagens, o que explica o sucesso da Brisa e os seus felizes dados estatísticos nestas matérias…), como a policia anda na estrada mais para multar do que para prevenir, e como o país também não evolui, o balanço anual da sinistralidade vive empoleirado na sorte, travestido de radares e tolerância zero. Se calha não haver uma tragédia como a dos velhinhos de Castelo Branco, o ano corre bem e o Governo marca um ponto. Se, pelo contrário, há um azarado rebentamento de pneu que mata 20 cidadãos (ou um único despiste com quatro mortos, como sucedeu este fim de semana), lá vai a estatística para o galheiro – e lá vêem mais duas ou três leis para punir os condutores, além da associação dos auto-mobilizados no regime fundamentalista (que arrasa qualquer réstia de homem de esquerda que ainda paire sobre mim…).
A diminuição do número de mortos num dado período não diz nada sobre o estado das coisas porque é ponderada sobre o acaso numérico. É diferente haver, na mesma estrada, quatro vítimas num único acidente ou em quatro acidentes distintos – e nessa diferença se estabelece, por exemplo, o nível de perigosidade de uma via… Os gráficos são bonitos de mostrar, mas mentirosos na vida real. Nos noticiários, no entanto, tudo se resume à estatística. Estamos no domínio da falácia.
Todos os anos é assim e continua por fazer esse trabalho: pegar numa operação Natal ou Ano Novo, e ir conferir, caso a caso, o que aconteceu, quem morreu, quem morreu depois de ser declarado apenas ferido. Voltar ao lugar. Ler os relatórios das autoridades que presumivelmente estudam as condições em que os acidentes ocorrem. A incidência em determinadas estradas. A diferença nas auto-estradas pagas. Enfim, fazer da estatística uma realidade e não apenas, como de costume, um belo número para alertar umas consciências e tranquilizar as outras.
Pronto. Foi a minha contribuição para um começo de ano mais lúcido.
Gisela João O doce blog da fadista Gisela João. Além do grafismo simples e claro, bem mais do que apenas uma página promocional sobre a artista. Um pouco mais de futuro neste universo.
Uma boa frase
Opinião Público"Aquilo de que a democracia mais precisa são coisas que cada vez mais escasseiam: tempo, espaço, solidão produtiva, estudo, saber, silêncio, esforço, noção da privacidade e coragem." Pacheco Pereira
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