Venha a estátua
O episódio mais recente que envolve Alberto João Jardim não pode surpreender quem quer que seja pelo lado do inimputável madeirense, já que lamentavelmente se mantém como sempre o conhecemos.
O que verdadeiramente surpreende é a atitude de Cavaco Silva – ou melhor, a ausência dela.
Um homem que nos habituou a assertividade, a mão pesada, a rigor na aplicação dos seus direitos e deveres, é repentinamente a imagem da complacência para com mais um exemplo rasteiro de política arruaceira – e até de cumplicidade com palavras que deixam na lama a democracia representativa (curiosamente, a mesma que elegeu Jardim... e Cavaco).
Estranho poder, o de Alberto João Jardim. A lei nunca se atravessou no seu caminho. Os eleitores nunca penalizaram o “défice democrático” da região. E agora esta: nem o mais determinado dos Presidentes da Republica que passaram por Belém o põe na ordem.
Só lhe falta mesmo a estátua.