19
Abr08
Sê um GNR
Não sei precisar quantos anos tem esta fotografia – mas são muitos, talvez vinte. Fui ao Porto entrevistar Rui Reininho para o “Sete” e ele escolheu o restaurante: o “Papagaio”, que ficava numa ruela mesmo ao pé do quartel da GNR local. Foi coincidência, mas deu ideias ao fotógrafo, que queria apanhar o Rui junto ao guarda que estava de sentinela.
Não achei muito boa ideia, e o Rui também não. Mas no fim do jantar, já com algum álcool misturado, ele ensaiou a pose. A fingir que nada se passava. O fotógrafo sem flash, aproveitando a luz eléctrica da rua, tirando fotos às escondidas atrás de um carro. O sentinela a olhar o Rui de soslaio, desconfiado, sem saber de todo quem era e sem perceber bem os nossos movimentos. Suspeitos, porém aparentemente inocentes.
Lembrei-me dessa noite dos anos 80 nesta sexta-feira, ao ver (em excelente forma) o Rui, e os seus notáveis companheiros de uma vida, no palco do Pavilhão Atlântico, na deliciosa companhia da Banda Sinfónica da GNR.
Tive receio de não gostar daquela reunião, cheguei a admitir não ir. Ainda bem que insisti. Foi um encontro feliz – e uma noite de grandes canções. Como desde sempre os GNR nos dão. Com ou sem guarda.