24
Abr08
Paradoxo
Estava numa dessas imensas superfícies onde se vende tudo o que “se liga”, da cafeteira ao computador, do fogão ao esquentador. Reparei que tenho perdido tempo a gravar CD’s com os meus textos, ficheiros, fotografias, numa espécie de backup improvisado: por menos de 100 euros posso comprar um disco rígido com 160 gb, pouco maior do que um “moleskine”, onde guardaria tudo o que está agora repartido por dezenas de discos.
Já acho normal e corriqueira esta evolução contínua, rápida, que nos deixa desactualizados em escassos instantes.
Mas não consigo deixar de pensar no maior paradoxo da revolução tecnológica: todos os dias ampliamos a memória do universo em milhões de milhões de bytes que ficam disponíveis para sempre em “discos rígidos” de toda a espécie. Mas, na verdade, cada vez temos menos memória colectiva, menos memória afectiva. Menos memória. Tudo guardado em bytes dentro de caixas de plástico – nada guardado onde devia: “no fundo do coração”.
Já acho normal e corriqueira esta evolução contínua, rápida, que nos deixa desactualizados em escassos instantes.
Mas não consigo deixar de pensar no maior paradoxo da revolução tecnológica: todos os dias ampliamos a memória do universo em milhões de milhões de bytes que ficam disponíveis para sempre em “discos rígidos” de toda a espécie. Mas, na verdade, cada vez temos menos memória colectiva, menos memória afectiva. Menos memória. Tudo guardado em bytes dentro de caixas de plástico – nada guardado onde devia: “no fundo do coração”.