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Abr08
O que vida (sobretudo) é
«A vida é sobretudo desgosto e trabalho...» É verdade, pai. A vida é sobretudo mortes e bebés; milagres vulgares e desastres vulgares, a magia branca do crescimento e depois a outra magia, na outra ponta da linha, a magia negra, igualmente estranha, igualmente febril, igualmente inesperada.
Isto escreve Martin Amis a páginas tantas de “Experiência”.
Por natureza, vejo na vida mais do que mortes e bebés – mas reconheço que está na sequência da vida e da morte, da surpresa e da decepção, do encantamento e da dor, do amor e do vazio, tudo o que nos faz chegar a um qualquer patamar do tempo e dizer: “se eu soubesse o que sei hoje...”.
Quem não o disse já?
É isso: “A vida é sobretudo mortes e bebés”.