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Pedro Rolo Duarte

08
Jun09

Sobre os resultados eleitorais:

Sempre embirrei com os comentadores que se armam aos cucos e interpretam resultados sobre uma cama de ideias-feitas: “os eleitores quiseram mostrar um cartão amarelo ao governo”, ou “o eleitor percebeu que votar A ou B resultaria num chumbo a C”, ou “os portugueses nunca põem os ovos no mesmo cesto”, e coisas do género. Ontem, ao colocar a cruz no boletim de voto, senti-me um holograma da imagem exibida na TV por um qualquer comentador, sempre “possuído” pela ideia essencial...
... Fui o eleitor que mostra o cartão amarelo ao partido em que habitualmente vota. Assumi esse voto foleiro, porém necessário nesta fase do campeonato. E não é que o meu cartão ganhou gigantismo e praticamente passou a vermelho? Se  eu pertencesse a um pequeno partido, diria que ganhei as eleições.

07
Jun09

Hoje vai ser assim:

Lá irei então votar…

Contra o que está, mais do que a favor daqueles em quem voto.

Sem grande convicção, na verdade.
Com o sentido do dever, sem o sentido do devir.

Desanimado – porém, certo de que pior do que estar desanimado e votar, seria estar desanimado e não votar.

Aos 45 anos, não sou certamente ingénuo – mas confesso que só mesmo nos últimos dois ou três anos perdi os resquícios finais sobre a nobreza do trabalho político. E perdido esse derradeiro elo, resta-me o dever de votar para não me abandonar impunemente ao direito de me indignar.

Lá irei, então.

01
Jun09

Usando um pouco o novo estilo Pacheco Pereira…

(É que dá imenso jeito e poupa na articulação...)
 

… Se Portugal fosse um país a sério, o noticiário assinado por Manuela Moura Guedes era um entre vários que felizmente convivem na nossa televisão. Criticado aqui, elogiado ali, o jornal de sexta da TVI  jamais seria bode expiatório de um Governo em dificuldades, e menos ainda um “exemplo” do que resta da liberdade de imprensa em Portugal. Mal de nós se fosse uma coisa ou outra. Não é nenhuma delas. É apenas um telejornal popular de um canal generalista.

… Se Portugal fosse um país a sério, a Entidade Reguladora da Comunicação não existia. Mas atenção: não existia esta ERC, nem aquelas ERC’s alternativas que pairam pelos artigos de pessoas respeitáveis como Pacheco Pereira, para não falar de estimados amigos como João Gonçalves. À direita e à esquerda, há mais ERC’s do que parece. É muito fácil dizer mal da ERC imaginando uma “nova” ERC feita à nossa medida e gosto…

… Se Portugal fosse um país a sério, o que hoje, no mundo dos media, poderia ser objecto de debate e reflexão não passa por Manuela Moura Guedes nem é sonhado pela ERC ou pelas Comissões que pretendem zelar pela deontologia. Na verdade, o que merece debate e reflexão é a relação entre as empresas de comunicação social e a informação que elas próprias geram - e pode, ou não, beneficiar os seus negócios fora dos media. É de politica que falamos, sim, mas de uma outra política: a que transforma leis em negócios, noticias em lucros, silêncios em escrituras, e desertos em oásis.

… Se Portugal fosse um país sério, a árvore jamais se confundiria com a floresta. E é esse, na verdade, o problema.

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Blog da semana

Gisela João O doce blog da fadista Gisela João. Além do grafismo simples e claro, bem mais do que apenas uma página promocional sobre a artista. Um pouco mais de futuro neste universo.

Uma boa frase

Opinião Público"Aquilo de que a democracia mais precisa são coisas que cada vez mais escasseiam: tempo, espaço, solidão produtiva, estudo, saber, silêncio, esforço, noção da privacidade e coragem." Pacheco Pereira

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