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Pedro Rolo Duarte

30
Out10

Quem é o cromo? (I)

 

Por razões que não interessam nada, este blog vai estar em banho-maria alguns dias. Para não deixar afogar as ideias e as visitas, deixo aos leitores 3 testes de identificação. Hoje, este - e mais dois nos próximos dias...

A fotografia foi tirada em 1963 e o fotografado disse recentemente a uma revista norte-americana: "Quando me falam dos meus casamentos e divórcios, conto sempre o mesmo: uma vez perguntei a Stephen Hawking, um dos homens mais inteligentes do planeta, se havia algo no Universo que não entendesse. Ele respondeu-me: "as mulheres". Se nem ele as entende, como posso eu?!"

Podem deixar as respostas - quem é o cromo? - na caixa dos comentários. Daqui a uns dias eu confiro tudo...

27
Out10

Nunca concordo com Daniel Oliveira. Nunca votei ou votarei em Cavaco Silva. E no entanto...

Nunca - repito, nunca - estou de acordo com Daniel Oliveira. É uma questão de principio e higiene mental. Porém, há já um monte de horas que tropeço num  post dele sempre que penso em Cavaco Silva. Porquê? Porque lamentavelmente ;-) estou totalmente de acordo com ele e por isso o cito:

"Que este homem (Cavaco Silva), que foi o politico profissional com mais tempo no activo para a minha geração, continue a fingir que nada tem a ver com o estado em que estamos e se continue a apresentar com alguém que está acima da politica é coisa que não deixa de me espantar. Ele é a política em tudo que ela falhou. É o símbolo mais evidente de tantos anos perdidos".

Felizmente há comentadores nas televisões que estão lá para explicar tudo o que nós, ignorantes básicos, não percebemos. Mas se acaso não estivessem sempre atrás da porta dos estudios, de gravata já posta, as luminárias do costume, eu diria que o Daniel Oliveira tinha toda a razão: Cavaco está sempre a sacudir o pó do armário onde se enfiou no dia em que foi fazer uma rodagem de um automóvel a Coimbra. E por que é que ninguém explica isto aos espectadores - ou, vá lá, ao próprio Cavaco Silva?

 

(Disclaimer: não voto, nunca votei, e nem sob a ameaça de arma votarei no Bloco de Esquerda. Ou em Cavaco Silva.)

25
Out10

No novo tempo

(Crónica originalmente publicada na última edição da revista Lux Woman)

 

Não adianta fugir ao óbvio: em qualquer roda de conversa, em qualquer diálogo com mais de 3 frases, aparece a palavra “facebook” ou a expressão “redes sociais”. Está a mudar o paradigma da forma como nos comunicamos, envolvemos, desenvolvemos. E isso não é bom, nem é mau – é um facto. Incontornável como a invenção da roda.

Lembro-me do tempo imediatamente anterior ao telemóvel, quando andávamos todos de “bip” na mão. Não foi assim há tanto tempo. O “bip”, ou “pager”, era um aparelho do tamanho de um maço de cigarros que recebia mensagens escritas. O processo era simples: quem quisesse comunicar comigo, tinha o meu número de bip, ao ligar o número a partir de um telefone fixo aparecia-lhe uma operadora a quem ditava a mensagem. Segundos depois, eu recebia no meu aparelho. Não podia responder directamente, mas podia ir ao telefone mais próximo enviar um bip à pessoas que me contactava.

Hoje parece ridículo – na altura discutíamos entre amigos se “aquilo” não estava a acabar com a comunicação entre as pessoas (havia quem terminasse namoros enviando um bip...), e víamos o ridículo aparelho como uma revolução. E agora a conversa volta ao mesmo. Estamos a acabar com quê?

Com nada. Estamos a recomeçar tudo. A forma de comunicar, a hierarquia da comunicação, a rapidez da comunicação. Há pessoas com quem só falo ao telefone, como há pessoas com quem só comunico por sms. Há relações limitadas ao facebook e há relações que nunca irão passar por uma rede social. Vivemos o mais fascinante tempo de sempre: toda a gente pode comunicar, toda a gente pode ter acesso a informação. Melhor: toda a gente escolhe a sua forma de estar neste novo mundo. E em teoria toda a gente pode estar com toda a gente

Em teoria. Na prática – e esse é o deslumbre do tempo actual -, nada mudou. Um amigo de infância é sempre um amigo de infância, e não há facebook que o perca de vista. Da mesma maneira, um amigo perdido que se recupera numa rede social pode vir a ser o top one dos amigos, mas nunca deixará de ser o amigo que se recuperou numa rede social. Na nova lógica das relações e da comunicação, prevalece a antiga lógica, a eterna lógica: a dos sentimentos. Havia quem amasse por correspondência no tempo dos nossos avós? Agora pode amar-se por Messenger. Havia quem fosse “oferecido” ou “oferecida” no baile da aldeia ou na discoteca da moda? Agora há quem se “ofereça” pela net. Havia a tímida que baixava os olhos quando algum “gandulo” a mirava? Agora há quem esteja numa rede social sem fotografia nem nome próprio.

Nós somos na rede o que somos na vida real, mesmo que nos assustem com os malandros que aí andam. Claro que andam – são os mesmos que enchem as notícias de jornal de crimes de violação, exibicionismo, pedofilia. São os mesmos no mesmo pasto. Mas nós também somos os mesmos a proteger os nossos e a protegermo-nos a nós próprios.

Não deixou de haver solidão por haver milhares de pessoas ligadas numa rede. Não deixou de haver gargalhadas nem lágrimas, gritos e desesperos, não deixou de haver sonho e desilusão. Há novas maneiras de veicular emoções, de desabafar ou gritar – mas acima de tudo há democracia. Somos todos iguais na rede, e a cadeia de comando somos nós quem a escolhe.

Resta-me, no meio desta (ainda) confusa forma de olharmos o novo mundo, uma dúvida: se é verdade que o tempo faz parte da equação dos sentimentos, que papel tem ele numa existência em que tudo parece ser imediato? Até que ponto a rapidez altera a profundidade, impede que o tempo de reacção seja diferente do tempo real, como sempre foi?

Aqui, bom, o mais sábio conselho é clássico: deixemos que o tempo passe e nos ensine o que sobre ele terá a ensinar. Porque isto é apenas o começo...

24
Out10

A realidade continua a ser (lamentavelmente) muito mais rica do que qualquer ficção

Notícia lida aqui:

"Um homem detido quinta-feira em Macedo de Cavaleiros por violência doméstica e suspeito de ameaçar de morte a mulher com recurso a armas vai aguardar julgamento em liberdade e continuar a partilhar a residência com a vítima, divulgou ontem fonte policial.
O homem, de 45 anos, foi ontem ouvido em primeiro interrogatório no Tribunal de Macedo de Cavaleiros e saiu em liberdade mediante a obrigação de se apresentar de 15 em 15 dias no posto territorial da GNR. O tribunal proibiu-o ainda de "comprar ou ter em sua posse qualquer arma proibida, seja arma branca ou de fogo".

Se não fosse verdade, lá está, seria um bom guião de filme de terror...

 

(A notícia de um destes dias - e rezemos para que não ocorra - poderá dizer algo do género: o homicida já tinha sido sinalizado pelas autoridades mas bla-bla-bla...)

21
Out10

Resto zero

Nunca escondi que contribui, com o meu voto, para a primeira maioria de José Sócrates. Disse-o publicamente, como disse que tinha acreditado na renovação do PS que ele protagonizou. Mas depois foi o que se sabe que foi – e já não consegui voltar a votar no PS nas últimas eleições. Nem no PSD. Os ditos por não ditos dos últimos anos – últimos? De tantos anos passados... -, as negligências e incompetências, as mentiras e as patranhas, os tachos de toda a espécie criados e usados à fartazana, e o evidente interesse individual e partidário sempre espezinhando o interesse público, deixaram-me estranhamente perto da frase que sempre odiei: “eles são todos iguais”.

Passei anos a contestar o lugar-comum em que, subitamente, caio sem remédio nem alternativa: “eles são todos iguais”. Oiço Pedro Passos Coelho no “confronto” com o Governo e pergunto-me: por que raio vou confiar que este tipo será diferente do que lá está? Quem me diz que ele não é exactamente como foi José Sócrates: prometendo uma coisa e fazendo outra, escudando-se na “crise internacional” para alimentar demagogias e depois dar o dito por não dito, salvando a pele em eleitoralismos fáceis pagos mais tarde em “tsunamis fiscais”?

Durante muitos anos, acreditei em políticos, em alternativas. Não votei sempre nos mesmos partidos, porque entendi que a alternância era uma forma saudável de alimentar a democracia, mas votei sempre em políticos (e politicas) em quem depositei um módico de confiança. Infelizmente, o tempo demonstrou que a alternância não existe – é entre o nada e coisa nenhuma – e confiar é mais ou menos como acreditar no Pai Natal: um dia acordamos e nunca existiu.

No momento final da crise, que é este que vivemos, à beira do abismo, quando o argumento principal para o que tem de ser é “não há mais nada a fazer”, volto a fazer contas a estas dezenas de anos.

Faço colunas de prós e contras, tento aritméticas esquisitas de reformas e retrocessos, procuro “progressos” que contrariem recessões. Estranhamente, chego sempre ao mesmo número. E regresso à escola primária, quando a chave de uma conta bem feita dava isto: resto zero.

Resto zero é o que resta de tudo aquilo em que acreditei, de todos aqueles em quem confiei.

16
Out10

A açorda que mudou tudo

(Esta crónica foi escrita a convite da revista do Clube Gourmet do El Corte Inglês. Saiu na ultima edição.

O meu pai faria hoje anos e o que aqui conto devolve-me essa memória. E a saudade.)

 

Sei fritar bifes e cozer esparguete desde os 15 anos. Nunca tive medo da cozinha – mas sempre alimentei um prudente respeito pelos mistérios que encerra. A minha mãe cozinha bem – são “famosos” os seus pastéis de bacalhau ou o peixe assado no forno -, o meu pai era um especialista na arte de assar sardinhas, a minha irmã faz arroz como ninguém e o meu irmão viajava com facilidade entre a patanisca e o mais delicado prato de carne.

Neste quadro, o meu esparguete com ketchup ou os bifes fritos em alho, louro e azeite, nunca foram mais do que manuais de sobrevivência.

Porem, um dia – há sempre um dia... -, vai para dez anos  (lembro-me tão bem....),  cheguei a casa tarde, estafado, e ao olhar para os restos do jantar da família pensei: não é nada disto que me apetece, o que eu comia agora era uma açorda de gambas...

Dada a minha tendência para a teimosia – que não tomo por condição, mas por condenação, dizem que os Touros são assim... -, decidi que naquela noite ia contrariar a ordem natural das coisas. Fui a uma cervejaria ali das redondezas e comprei camarões, passei numa loja de conveniência para completar o pão que já tinha a casa, e abri um livro de receitas da incontornável Lourdes Modesto.

Segui as indicações à risca – e pela uma da madrugada, sozinho, na cozinha, eu provava uma razoável açorda de gambas. O tempo explicou-me que não estava excelente, como a que hoje faço, mas nas condições existentes roçava a perfeição.

O que conto é absolutamente rigoroso: naquela hora que passei na cozinha, entre o livro de receitas, os camarões, o pão, o azeite, o alho, os coentros, e a insegurança sobre o resultado final, eu senti-me a pairar sobre o mundo, entregue a algo que me levava “daqui para fora”, concentrado na irrelevância de picar um alho, dedicado ao esfarelar manual do pão. Senti-me tão profundamente feliz que percebi, naquele instante, que algo estava a mudar na minha vida.

O que mudava era o olhar sobre o acto de cozinhar. E nesse dia, o adolescente dos bifes e do esparguete transformou-se no adulto apaixonado pela cozinha, fascinado pela transformação dos alimentos em pratos deliciosos, e interessado em aprofundar aquela súbita e inesperada paixão.

O passo seguinte foi o óbvio passo seguinte: se cozinhar é em si um prazer inexplicável, que dizer de ver os nossos amigos, a nossa família, deliciar-se com o que cozinhamos? O degrau é curto e imediato: quando descobri que gostava de cozinhar, descobri também que o prazer da cozinha passa tanto pelo acto de criar como pela consequência de o partilhar.

Passados dez anos, cozinhar tornou-se para mim mais ou menos o mesmo que respirar ou dormir: faz parte dos meus dias, não me incomoda nada que seja diário e obrigatório, e constitui um prazer que disputa espaço com a escrita e o jornalismo.

É desconcertante quando alguém diz que gosta, “mas só se for para amigos e nunca por obrigação” – porque para mim dá igual: cozinho para mim, para dois, para três ou para vinte. O prazer de cozinhar está na sua essência, não no objectivo que persegue. E, como contei, tudo começou num dia que correu menos bem.

O que me leva a pensar que toda a arte – a gastronomia é uma arte – resulta da soma do prazer de quem cria com o prazer de quem consome. O prazer é o mesmo. Por isso, o final feliz também.

 

PS – Já agora, claro, fica a receita da açorda culpada de tudo isto (sem quantidades, gestão ao critério do cozinheiro): coza o camarão em água com muito sal e meia cebola. Se for congelado, o camarão está cozido um minuto depois da água levantar fervura. O mesmo é dizer: é muito rápido. Guarde a água da cozedura, descasque os bichos, atire cascas e cabeças para a água que os cozeu, e deixe ferver esse caldo uns bons dez minutos, tempo mais que suficiente para desfazer à mão o pão (costumo misturar pão alentejano com pão normal de padaria lisboeta).

Num tacho, um fundo de azeite, alho picado. Lume. Quando o alho começa a estalar, o pão desfeito dentro do tacho aquece um instante, e sem parar de mexer com colher de pau, vai misturando a água que serviu para cozer o camarão (água obviamente passada por uma rede, para ficar sem cascas nem cabeças...). Agora é tudo uma questão de gestão de tempos e interesses: a água evapora, acrescenta-se um pouco, o lume brando apura açorda, tudo vai ganhando consistência. Quando ganhar o ponto que interessa ao comensal, é só largar os camarões descascados lá dentro, um ramo de coentros devidamente picados, e um ovo cru (um ovo por pessoa). Mexer bem, deixar o lume dar consistència à coisa, um pouco de pimenta moída na hora e talvez sal (talvez, porque em principio o sal já ia na água de cozer os camarões...). Bom proveito.

14
Out10

A terra não pode morrer

Eu sabia que havia uma fala, uma frase, uma passagem rápida de um romance de Vergílio Ferreira – o meu escritor português de sempre, ao lado de Pessoa -, que falava de terra e de vida, e que as imagens emocionantes, comoventes, redentoras, dos 33 mineiros chilenos, um a um, num tempo próprio, nem demasiado lento nem demasiado rápido, voltando à superfície da terra...

... Dizia eu, ou escrevia, que é o mesmo: eu sabia que havia uma fala, uma frase, uma passagem rápida de um romance de Vergilio Ferreira, que legendava estas imagens, estes momentos. Que poderia ser mensagem ou dedicatória, memória ou apenas, lá está, uma frase que fica. Demorei a descobrir, mas descobri a páginas tantas de “Alegria Breve”. E imagina o pai que um dia diz ao filho, se disser: “Como não vir o meu filho? Virá um dia”...

“- Recomeça tudo de novo. A terra não pode morrer. Como viveria ela sem ti?”

Era isto que eu diria, se tivesse de dizer alguma coisa. Outra vez:

“- Recomeça tudo de novo. A terra não pode morrer. Como viveria ela sem ti?”

12
Out10

Rever

Estou a habituar-me às lentes novas dos óculos. Há 15 anos que não fazia “revisão” aos olhos e claro que as coisas mudaram. Estava a ver mesmo mal – especialmente, a ler mal. O que tinha um lado bom –as notícias más dos jornais ficavam pelo primeiro parágrafo, e muita coluna de opinião ganhou para sempre o estatuto de ilegível... -, e um lado terrível: cada vez guardava mais artigos, livros, revistas, “para ler depois”.

Já se sabe que o “depois” é “nunca”.

E agora, de volta à vista descansada, apetece-me ler tudo de uma vez e voltar a ser quem sempre fui: um leitor caótico que salta de uma receita de culinária para um artigo da Monocle, e da Caras para o Expresso com passagem pela Saveur, intercalando com o livro do David Nichols ou um bocado de James Ellroy.

Já o mundo lá fora... Vejo-o melhor também. Mas não gosto nada do que vejo.

09
Out10

Esgravatando na crise...

... Desço a Rua do Carmo, e encontro estas portas, estas janelas, anunciando mais uma boa “aterragem” em Lisboa: a Muji vai chegar brevemente ao Chiado. Contrariando a crise e a falta de investimento. Acreditando que os lisboetas vão gostar dos artigos de papelaria (escrever no papel dos blocos e cadernos da Muji é, para quem gosta de escrever, uma experiência de prazer intenso...), dos gadjets que parecem servir para nada e são bastas vezes úteis como uma canivete suíço, das ideias ecológicas e amigas do ambiente, dos conceitos de arrumação, da roupa simples e despojada, dos artigos de viagem. A Muji é uma “concept store” no mais puro sentido que a expressão pode ter. Quem não a conhece pode começar por uma visita online aqui. Quem a conhece sabe que é irresistível. Que abra as portas, por favor.

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Blog da semana

Gisela João O doce blog da fadista Gisela João. Além do grafismo simples e claro, bem mais do que apenas uma página promocional sobre a artista. Um pouco mais de futuro neste universo.

Uma boa frase

Opinião Público"Aquilo de que a democracia mais precisa são coisas que cada vez mais escasseiam: tempo, espaço, solidão produtiva, estudo, saber, silêncio, esforço, noção da privacidade e coragem." Pacheco Pereira

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