Posso ir para lá viver, não posso?
Estive uns dias fora. Verdadeiramente fora – a descansar, longe daqui. Secretamente, na esperança de voltar e Portugal ser afinal outro.
Mas não. É o mesmo. Felizmente tinha uma boa notícia no correio. Boa noticia, bom, tinha uma parte boa e uma parte má. Vinha na factura do Gás Natural mas a origem era o Estado Português através da nossa estimada autarquia.
A parte má é que vou pagar – vamos todos – mais uma taxa. Virá junto com a conta do gás.
A parte boa é que se trata da Taxa de Ocupação do Subsolo (ao abrigo da Lei nº 53-E/2006, de 29 de Dezembro).
Dado o valor da minha renda, dada a crise, dado que as Câmaras sempre deram casas a pessoas que escrevem, venho por este meio requerer ao Dr. António Costa a parcela de subsolo que me está certamente atribuída. Se pago porque ocupo, quero poder ocupar, se faz favor.
Se eu não couber lá, mais o meu espólio, pode ser que dê para o carro. Ou para os livros. Nem que seja para os atoalhados. Diga-me só qual é o bocado do subsolo da Avenida de Roma que me toca.
Agradecido.