Cinco anos
Há cinco anos, a fazer hoje, que estas imagens se não repetem. Ou parte delas. Ou o que delas me diz respeito no dia em que assinalo mais um ano durante o qual, felizmente, não fumei. É isso.
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Há cinco anos, a fazer hoje, que estas imagens se não repetem. Ou parte delas. Ou o que delas me diz respeito no dia em que assinalo mais um ano durante o qual, felizmente, não fumei. É isso.
... Porque o filho quer boleias, e que o levem, e que o tragam, e mais umas botas. Um pai parece muitas vezes apenas um motorista, uma espécie de "Sr. Gouveia", como costumo dizer sem ofensa para todos os Gouveias deste mundo...
Mas depois o pai passa um bocado da tarde a ver o filho a fazer malabarismo com a prancha de skimming. E rende-se...
É nesta dinamica que pai e filho se entendem, uns dias menos, outros dias mais.
E como dizia um anuncio qualquer, "a vida sorri"...
Há 15 anos eu dirigia uma pequena empresa que se dedicava à comunicação – não a esta comunicação de hoje, de lóbi e influência, mas à produção de suplementos de jornais e revistas, pequenas campanhas de marketing, programas de televisão, alguma assessoria. Precisava de colaboradores, porque tinha trabalho e mais trabalho, e coloquei no “Público” um anuncio a “pedir” jornalistas novos e com vontade de dar o litro (desafiava-os a provarem que valia a pena serem, pelo menos, recebidos...). Recebi mais de 500 respostas – e foi uma trabalheira fazer uma triagem daquilo tudo e escolher, por fim, 20 pessoas com quem conversei, a quem fiz perguntas. A ajuda preciosa da Carmo de Aragão Barros foi decisiva neste sprint final – e a Sónia foi uma das apuradas.
Começou a trabalhar connosco no dia 1 de Abril de 1996. Faz hoje 15 anos. No final de Novembro do mesmo ano, nascia o DNA e a Sónia era já um “braço” indispensável deste corpo. Lembro-me de ir e vir a Barcelona, e nascerem secções, ideias, adaptações de ideias, e eu imaginar sempre a Sónia a fazer tudo. Era impossível. Mas não era absolutamente estúpido.
Na verdade, depois, foram 10 anos de caos e alegria no DNA, a ver crescer aquele talento, aquela sensibilidade, aquele furacão dedicado e imparável. A Sónia namorou, desnamorou, noivou, casou, foi mãe “praí” umas dez vezes – mas nunca deixou de ser a mulher sensível que escreve com o coração na boca, profissional dedicada como poucas, mesmo se eu lhe dissesse que ía escrever para um folheto de restaurante indiano. A Sónia SABE E SENTE O JORNALISMO - quem sabe e sente, sabe e sente a vida toda, e isto é tão verdade no jornalismo quanto eu me chamar Pedro. Passaram 15 anos. A Sónia Morais Santos é hoje uma das jornalistas de topo de Portugal – na rádio, na imprensa, nos blogs – e se não é mais é apenas porque as “vistas curtas” fazem parte do caderno de encargos nacional. O tempo vai continuar a prová-lo.
Nesse capítulo, cumpri a minha parte: vi o potencial, fiz o papel do melhor porteiro que existe - e abri a porta. O resto foi ela que fez. Como só ela sabe.
Sónia, minha querida Sónia Morais Santos: um beijo por estes 15 anos. E obrigado por existires e seres quem és.
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