Português, viral, muito bem feito
Está aqui uma equipa para ganhar. Ora vejam:
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Está aqui uma equipa para ganhar. Ora vejam:
Eu não sei se a publicidade tem futuro, nem sei que futuro tem este presente. Também não sei responder à pergunta de um milhão de dólares sobre qual vai ser o modelo de negócio dos media nos próximos anos, ainda que tenha a tentação de pensar que não são os que andam a ser ensaiados por aí.
Mas se algum futuro existe nos dias que correm, no mundo da comunicação, acho que está aqui. É genial. Vende. E apetece ver. Subo o som (em vez de descer, como faço nos intervalos da televisão). Rio. E fico a saber o que é que eles querem vender sem que isso me incomode. Podia ser de outra maneira? Se calhar podia. Mas assim é muito melhor. E é aqui que está o ponto: é realmente preciso encontrar formas novas de comunicar as coisas do costume. Os empresários e editores de comunicação social ainda não perceberam isto.
Nem inglês técnico nem licenciatura ao domingo: o nosso primeiro-ministro formou-se em Coimbra e tem um MBA tirado na Universidade de Lisboa. Não acreditam? Vejam aqui... O resto da biografia, obviamente enviada pelo próprio ou pelo seu gabinete, sublinha o que se imagina e ignora o que se sabe. Sem mais comentários.
Há três anos, temi que este homem persistisse em aparecer nos ecrãs de televisão a debitar inanidades, banalidades, lugares-comuns. Sempre com pose de falso irreverente. Estou a ver os Prós e Contras e - oh meu deus... - lá está ele outra vez. Retirem, do que se segue, educação, e ponham lá Portugal e os portugueses. O meu post, três anos depois, não muda uma linha. O achista não desiste - nem os media desistem dele...
O frango do churrasco a seis euros. Sobrou um bocado? Um peito e uma perna?
Pronto, é quanto baste para dois ou três. Coza massa – fusilli ou penne – em água abundante com sal, e enquanto ela coze aproveite para cortar em pedacinhos pequenos um tomate maduro e meio pepino. Na mesma saladeira onde os vai colocar junte rucola partida grosseiramente, um queijo de cabra fresco atabafado partido pequenino (sempre que posso e apanho, o da Bilores de Moura é o melhor – e às vezes misturo com camembert...), e o frango desfiado.
Entretanto, faça o molho que vai dar graça a tudo: deite numa tigela um iogurte natural (eu uso grego, que tem um ligeiro travo...), a que junta hortelã picada, cebolinho também cortado pequenino, sumo de limão, pimenta moída na hora, e eventualmente um bocadinho de leite para que o molho não fique demasiado espesso. Misture bem. Às vezes deito-lhe umas pedrinhas de sal grosso, poucas.
Quando a massa estiver cozida (al dente, de preferência...), é passar por água fria e voltar para o tacho com um fio de azeite e um bocadinho de pimenta. Mexer até ficar brilhante, não precisa de fritar...
Quando está morna ou fria, junta-se a massa ao preparado anterior. Serve-se com o molho à parte, para que cada um faça a sua soma.
Não fiz contas ao preço, mas é seguramente uma receita de crise à moda do FMI – porém, com uma mistura de sabores e um aspecto que faz lembrar os tempos em que nos julgávamos ricos. Funciona, portanto...
Tinha escolhido esta imagem - tirada de uma edição da "Panorama", revista de propaganda cultural e turistica do estado novo - para um post ali ao lado, na secção "Passados", onde reproduzo memórias mais ou menos distantes, mais ou menos próximas. Mas depois fiquei a olhar para a fotografia, de 1940, do Cais do Sodré, logo agora que o Jamaica quer comemorar em forma o seu aniversário, mas o edificio parece andar aos tombos, e no momento em que também conheci um bar irlandês que me escapava no mapa lisboeta (para não falar da sidra irlandesa, que provei e gostei), e pensei: esta imagem fica bem aqui, no front office do blog. E cá está. Era asim em 1940. Pronto.
Parece simplista, se calhar é simplista, mas é exactamente o que penso e sinto. Foi escrito por Clara Ferreira Alves na última edição do Expresso:
“Um grupo de gente que tem muito dinheiro e gosta de fazer ainda mais dinheiro resolveu que as pessoas que têm menos dinheiro têm de pagar os seus exercícios e erros. Se quiséssemos reduzir a crise financeira internacional a meia dúzia de palavras, podíamos dizer que o dinheiro acabou para aqueles que nunca o tiveram, de modo que aqueles que o perderam em especulações possam recompor os seus lucros e expectativas”.
Sempre gostei da atitude, da pose, e do desempenho de José Mourinho. Não especialmente por causa do futebol – ainda que a condição de vencedor nato tenha sido confirmada pelos resultados -, mas por contrariar a fixação portuguesa pela desgraça, pela condição derrotista, pelo fatalismo. Mourinho recusou essa forma medíocre de ser com um espírito livre e uma atitude vencedora, sem medo da palavra ambição e com um optimismo que chegou a ser saudavelmente irresponsável. Quando me apercebi da existência de Mourinho - não acompanho a informação desportiva com grande afinco -, já o homem era um vencedor. E confesso que estranhei a figura no universo do futebol: falava bem português, falava várias línguas, sabia estar, tinha bom aspecto, parecia informado e culto. Passou a ser, desde o primeiro momento, o meu “modelo” do que devia ser um profissional do futebol, por oposição à mediania nacional desenrascada, ao “vai vir charters de chineses”, ao Presidente que deitava uma garrafa de água pela janela do carro, à pastilha elástica mascada de boca aberta, ao “derivados que”.
Lamentavelmente, noto a inflexão recente do treinador português: trocou a atitude vencedora pelo portuguesíssimo “complexo da perseguição”. Caiu no fatalismo luso e oiço-o falar do Barcelona como se o clube catalão “comprasse” vitórias. Não faço a mais pálida ideia se é verdade ou não – mas o Mourinho que eu conheci não falava de futebol de outra forma que não fosse a sua equipa, o desempenho, a sede de vencer.
Esta mudança tem um lado bom e um lado mau: o lado bom é aproximá-lo de Portugal e dos portugueses. O lado mau também.
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