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Pedro Rolo Duarte

08
Jun12

Este blog promete:

Não exaltar a Selecção Nacional caso o acaso lhe permita fazer boa figura nos próximos dias.

Não vilipendiar a Selecção Nacional caso o que já se viu resulte no que se pode adivinhar.

Não despedir sumariamente Paulo Bento.

Não dizer que o Cristiano Ronaldo joga sozinho.

Não ser treinador de bancada, seleccionador de sofá nem jogador de comando à distância.

Não dizer que “algo vai ter de mudar no futebol português”.

Não deixar de ver futebol. Mesmo que as coisas corram mal.

Está dito.

06
Jun12

Gosto mesmo de ler jornais

No Público de ontem, que estava a ler num momento de espera, parei numa resposta de Alain de Botton a meio da excelente entrevista que lhe fez Joana Gorjão Henriques. Fiquei ali, a ler e a reler e a remoer. Jornal em papel, e eu dentro do carro a ler e a reler. Pensei: que sorte, um jornal inteiro por apenas um euro e esta resposta cujo valor não consigo atribuir. Mas é alto.

Gosto mesmo de ler jornais, e foi no Público de ontem que li (obrigado Joana, por ter feito a pergunta que resultou nesta resposta...):

 

“Pensemos no amor. As relações amorosas são difíceis. Muitas vezes nas relações amorosas damos connosco a pensar: ‘Estarei doido? O que é que se passa connosco? Será que as pessoas discutem como nós?’. A televisão não mostra este tipo de discussões, mas todos sabemos que dizemos coisas sem sentido uns aos outros – mas sentimo-nos sempre muito sós nisto. Quero que um fotógrafo moderno fotografe casais nos momentos reais da vida, quando alguém diz: ‘Vai-te lixar’, e bate com a porta. Isto acontece a pessoas muito porreiras. Quero ter numa legenda: estas duas pessoas acabaram de dizer ‘vai-te lixar” mas são muito porreiras. Isso é uma coisa que a arte nos devia ajudar a agarrar: não somos monstros por nos comportarmos de maneira infantil e em pânico. Devíamos poder ir a um museu e reconhecermo-nos, para nos darmos outra oportunidade de nos vermos a nós mesmos não como monstros. Isto é uma missão para a arte: ajudar-nos, ser uma ferramenta, ter uma função. É como uma colher ou uma bicicleta.”

03
Jun12

A semana teve Sol outra vez

E foi graças à boa noticia que nos chegou pelo jornal. Porque os jornais, quando têm as melhores pessoas dentro, também trazem boas noticias. Citando, então, como sempre, descaradamente. Como os melhores amigos merecem:

 

"Desta vez, a Maria João teve sorte. Nunca tinha visto uma médica a chorar. Foi a Maria João que puxou as lágrimas, quando a Dra. Teresa Ferreira lhe disse que não havia mais metástases dentro dela. Ficámos os três a chorar e a olhar para os outros olhos a chorar.
A minha amada já tinha esquecido o futuro. Já não queria saber da casa nova, do tecido para forrar os sofás, do Verão seguinte. Estava convencida que estava cheia de metástases. Doía-lhe o corpo todo. Tinha desanimado. Estava preparada para a morte. Só a morte é mais triste. Tinha-se preparado para ouvir o que já sabia, para não se assustar quando lhe dissessem que o cancro na mama tinha voltado e que se tinha espalhado por toda a parte.
Depois - mas não logo, porque não é de momento para o outro que se desmorre - voltou a ver vida pela frente. Reapareceu um horizonte e um caminho até lá, com passos para dar. "São tão raras as boas notícias", disse a médica, "e é tão bom dá-las, vocês não imaginam". Nós não imaginámos. Começámos a chorar. As lágrimas ajudam muito. As dos outros especialmente. Chorar sozinho não tem o mesmo efeito. A Maria João tem chorado por razões tristes. Desta vez estava a chorar de felicidade.
Como chora cada vez que ouve ou lê palavras doces, a dar força, a partilhar a dor, a juntar-se para que ela saiba que há muita gente a sofrer com ela, tal é a vontade delas que ela não sofra. Ou sofra pouco. Embora isto de se ficar vivo também se estranhe um bocadinho"

 

O titulo da crónica do Miguel Estves Cardoso era "Desmorrer".

E o bem que me soube poder lê-la. E lê-la.

Pág. 2/2

Blog da semana

Gisela João O doce blog da fadista Gisela João. Além do grafismo simples e claro, bem mais do que apenas uma página promocional sobre a artista. Um pouco mais de futuro neste universo.

Uma boa frase

Opinião Público"Aquilo de que a democracia mais precisa são coisas que cada vez mais escasseiam: tempo, espaço, solidão produtiva, estudo, saber, silêncio, esforço, noção da privacidade e coragem." Pacheco Pereira

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