Provar que eu sou eu
Eu nunca quis sair do Facebook. Mas o Facebook quis sair de mim. E saiu. Não sei como se processa a coisa, mas alguém que decidiu perder tempo a moer-me o juízo conseguiu bloquear/desactivar a minha conta. Para voltar a poder ser o Pedro Rolo Duarte que a gestão do Facebook duvida que eu seja, pedem-me cópia do Bilhete de Identidade.
No mail que me enviam, explicam tudo como deve ser e prometem “eliminar permanentemente a tua identificação depois de resolvermos o teu problema”.
Gosto da promessa.
Já gosto menos da facilidade com que duvidam, num mail enviado para mim, que eu seja eu. Mas no fim do processo – não sei quando será, de momento o Facebook dá “não autorizado” -, não deixo de sorrir com a ironia: tal como o Estado faz com os velhotes, também o Facebook exige aos seus aderentes a “prova de vida”. Cada um à sua maneira, têm os mesmos pressupostos: duvidar, duvidar sempre. E por princípio não acreditar. Digamos que não merece um “like”, mas talvez seja a única forma de garantir direitos num mundo tão torto e proteger os cidadãos dos outros cidadãos. A isto chegámos.