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Depois da triste figura que fez publicamente, nem no momento da saída podia ter um pouco mais de vergonha na cara?
Excerto da carta de demissão de Joaquim Pais Jorge:
"As notícias vindas a público nos últimos dias, em que uma apresentação com mais de oito anos foi falseada para que incluísse o meu nome, revelam um nível de atuação política que considero intolerável. A minha disponibilidade para servir o país sempre foi total. Não tenho, no entanto, grande tolerância para a baixeza que foi evidenciada.(...) considero que não tenho que me sujeitar a este tipo de tratamento mediático de que fui alvo nos últimos dias. Foram exploradas e distorcidas declarações que fiz sempre de boa-fé. É este lado podre da política, de que os Portugueses tantas vezes se queixam, que expulsa aqueles que querem colocar o seu saber e a sua experiência ao serviço do País.
Tomei esta difícil decisão porque nunca permitirei que controvérsias criadas sobre o meu percurso profissional, que não escondi, possam ser usadas como arma de arremesso político contra o Governo.
Saio do Governo porque temos problemas muito sérios associados à emergência económica e financeira em que fomos envolvidos e que urge resolver. Não posso permitir que o debate público se afaste dos problemas centrais e daquilo que é essencial para a vida de todos nós. Saio sem qualquer arrependimento e de consciência limpa. Nenhuma manobra de baixa política poderia mudar a minha disposição de serviço à causa pública, nem de dedicação a Portugal".
Tenho poucas certezas e todas as dúvidas do mundo.
Ainda assim, não é difícil perceber que Pedro Lomba (que publiquei com gosto, no DNA, no começo de carreira, escrevendo sobre livros), é bem mais e melhor do que o triste papel a que a sua actual condição o obriga.
Talvez um dia perceba por qua raio aceitou um papel menor do que a sua dramaturgia natural.
Mesmo conhecendo-o mal, admito que adormeça a perguntar-se: “oh meu deus, por que raio me meti nisto?”.
(Ou não é nada disto, o que também não me espantaria assim tanto: a política sempre teve a incrível capacidade de me surpreender. Porque atraiu mais pessoas que julgava noutro lugar do que afastou aqueles que até pareciam obviamente distantes. Tal como nem sempre o que cheira bem atrai os melhores – e tantas vezes o que cheira mal parece chamar toda a gente…)
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