Toda a gente?
Aqui há dias, numa discussão sobre mentira e verdade, uma das pessoas em quem sempre depositei confiança no que a essa diferença diz respeito, disse com a maior naturalidade do mundo: “Pedro, toda a gente mente”.
E eu senti-me desorientado e derrotado, aos 50 anos, numa convicção que era para mim uma das derradeiras esperanças: a de que havia mais gente que não mentia. Olho à volta, leio jornais, vejo os chamados “casos mediáticos”, testemunho com os olhos o que depois vejo descrito em versão “realidade virtual”, e começo a achar que essa pessoa tinha razão.
Mas confesso: não me apetece começar agora a mentir. É tarde demais. Vou permanecer do lado de cá.