Oportunidade perdida
Sou sensível ao argumento dos que defendem a candidatura de Sampaio da Nóvoa por vir de fora da panelinha politica do costume. Acho que, nesse sentido, é um excelente contributo para mexer um bocadinho no óbvio e animar o debate (aliás, o seu discurso de apresentação foi, a todos os títulos, renovador - ainda que não inovando, nem sequer naquela falácia do papel do Presidente da Républica, ou na já previsível separação entre o mundo dos políticos e o dos não-politicos…). A presença, na plateia, de Sampaio e Soares, limitaram-lhe um pouco os movimentos. A ausência de António Costa garantiu alguma consistência na candidatura acima dos partidos. Vamos ver.
Mas não consigo deixar de me sentir desiludido por, à esquerda, ou em rigor ao centro-esquerda, não se ter conseguido um candidato com a dimensão que Portugal, neste momento, precisava. E o nome dele era António Guterres.
Essa sim, é uma oportunidade perdida.