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Pedro Rolo Duarte

14
Mai15

Outra vez, pão

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Já uma vez aqui disse que pão e manteiga constituíam a mais saborosa combinação que a minha boca conhece. Também já confessei que até fiz um workshop de pão, porque é mesmo uma das mais perfeitas invenções do homem. Continuo sem saber fazer pão - ou pelo menos sem saber fazer o pão de que gosto de comer. Mas continuo apaixonado por pão, e sem saber viver sem ele.
Num eventual ranking que me obrigassem a fazer, não havia cá pães com cereais, nem o pão do Kaiser (que é excelente, sim), nem pão escuro nem pão da Padaria Portuguesa (que é uma treta, aqui entre nós). Entrariam:
- O pão da padaria da Rua Movimento das Forças Armadas, em São Miguel de Alcainça, a poucos quilómetros de Mafra
- Algum Pão de Mafra que se consegue comprar nos supermercados de Lisboa
- O pão grande da Padaria da Zambujeira do Mar
- O pão do André de Alcobaça, que às vezes encontro no Corte Inglês
- O pão alentejano da Panificadora de Santo André
… E agora, surpresa das surpresas, o “papo-seco” mais clássico de Lisboa, recentemente reinventado e relançado pelos supermercados Pingo Doce! O “papo-seco”, a boa velha carcaça, tinha entrado na lista negra dos pães, desprezado, destratado, e posto no saco sem fundo das misérias que a civilização trouxe à capital. É raro encontrá-lo em boas condições (aqui, em Alvalade, de vez em quando “apanho-o” mais ou menos razoável na Pastelaria Roca, na Avenida das Igreja), leve, com ar, mas com sabor e a pedir manteiga. Não sei quem manda no Pingo Doce, no que a estas matérias diz respeito, mas gostava de saber para agradecer do fundo do coração: os padeiros do supermercado conseguiram “recriar” a boa velha carcaça, aprimorada, sempre fresca, e a um preço imbatível.
Não fui só eu quem descobriu esta pólvora - vejo agora muita gente na fila do pão do Pingo Doce para voltar ao bom velho “papo-seco”. É bom voltar a sentir sabores que se julgavam desaparecidos para todo o sempre. E poder colocar a carcaça de novo na lista dos pães preferidos é como reencontrar um amigo perdido: vale pela vida. O resto é manteiga.

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Gisela João O doce blog da fadista Gisela João. Além do grafismo simples e claro, bem mais do que apenas uma página promocional sobre a artista. Um pouco mais de futuro neste universo.

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