Like. Don’t like.
Aqui há uns tempos, em conversa com um amigo sobre esta coisa das redes sociais e da interacção entre conhecidos, desconhecidos, e vagamente conhecidos, ele fez-me uma revelação a um tempo assustadora mas também clarificadora.
Disse-me que ao domingo, ao final da tarde, reservava sempre uma hora para navegar no Facebook. E o que fazia? Além de actualizar a lista de pedidos de amizade, corria o “feed” que o algoritmo tinha escolhido para o seu ecrã, e fazia o que chamava de “plantar likes”. Com algum cinismo, explicava-se:
- Vou andando com o cursor por ali fora e ponho likes naqueles que têm poucos likes, nos posts ou fotos das raparigas que talvez um dia venha a querer conhecer, nos posts que realmente têm graça, e nalguns que, não tendo graça alguma, me fazem sentir pena ou piedade.
Conhecendo este amigo (e amigos respeitam-se!), não me surpreendeu a atitude, entre o cínico e o sobranceiro. Mas confesso que, desde esse dia, deixei de dar atenção aos “likes” do Facebook, a quem os põe, a quem os replica. Passaram a constituir meras trocas de olhares sem significado.
Quem quiser que um “like” seja mais do que um “like”, vai dar sinal de si. E quem não quiser, estará provavelmente a fazer o mesmo que este meu amigo faz: “plantar likes”.
Don’t like.